O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, reiterou esta terça-feira, em Paris, o compromisso de Portugal na luta contra o terrorismo, após um encontro bilateral com o seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian.

“Portugal decidiu participar na Minusca [missão das Nações Unidas na República Centro Africana] com 160 homens das forças especiais, um compromisso que é bastante importante para um país com a dimensão de Portugal”, declarou Azeredo Lopes aos jornalistas no final do encontro.

Esta participação, explicou Azeredo Lopes, representa o “empenhamento ao nível de uma aliança e amizade muito antigas com a França e um compromisso relativamente à luta contra o terrorismo na qual a França está na primeira linha”.

O titular da pasta da Defesa acrescentou que se trata de “um regresso importante em termos de envergadura a uma operação das Nações Unidas, considerando que o Governo tem como opção importante da política externa reforçar de novo a ligação às Nações Unidas”, numa altura em que António Guterres se candidata a secretário-geral da ONU.

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Azeredo Lopes salientou também que “a posição de Portugal não é uma posição ambígua quanto ao terrorismo transnacional, nem se alterou devido aos ataques terroristas de 13 de novembro em França”, referindo que “de forma muito mais declaradamente anti-Daesh, Portugal tem 30 homens no Iraque a fazer formação em Besmaya”.

“O nosso compromisso é um compromisso que vem de longe, não é de agora, não é de última hora. O que nós queríamos muito era dar um sinal claro quer da nossa solidariedade quer do nosso empenhamento relativamente a uma questão que no nosso entender infelizmente atingiu a França – felizmente não atingiu Portugal – mas que eu acho que atinge todos porque tem uma dimensão global”, afirmou Azeredo Lopes.

Por seu lado, o ministro da Defesa francês afirmou que “as relações entre Portugal e França na área militar são muito fortes e solidárias”, destacando “a cumplicidade das relações entre ministros da Defesa e a convergência dos pontos de vista”.

Jean-Yves Le Drian apontou, nomeadamente, a resposta de Portugal na República Centro Africana – depois do pedido de ajuda formulado pelas autoridades francesas ao abrigo do artigo 42/7 do Tratado de Lisboa – a cooperação marítima no Golfo da Guiné e a questão Líbia, avançando que se volta a reunir com o homólogo português a 12 de maio na cidade francesa de Toulon.

Azeredo Lopes adiantou também que convidou o seu homólogo francês a visitar Portugal e que o convite foi aceite, “faltando definir os detalhes da viagem”.

Questionado pela Lusa sobre a investigação aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, o ministro português disse não poder adiantar pormenores, lembrando que se trata “de uma investigação em segredo de justiça” e adiantando que “todos no ministério da Defesa colaboraram com as buscas”.

“O que eu posso dizer é que serenamente o ministério da Defesa e todos no ministério da Defesa colaboraram com as buscas e procuraram que elas se realizassem o mais tranquilamente possível”, afirmou.