A resolução com venda de ativos e passivos do Banif era considerada pelo Banco de Portugal (BdP), em 2013, como a medida mais acertada para o banco, caso falhasse a aprovação de Bruxelas do plano de reestruturação, segundo a Oliver Wyman.

“A Oliver Wyman estudou vários cenários a pedido do BdP e a resolução com venda de ativos e passivos parecia o modelo com maior equilíbrio entre os prós e os contra” na opinião do supervisor, revelou esta terça-feira Rodrigo Pinto Ribeiro, sócio da consultora, durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

“Para esse cenário, tínhamos um plano de ação para a sua execução. Mas eram cenários de contingência, porque o plano A era a aprovação do plano de reestruturação”, afirmou.

Tal como tinha referido na sua intervenção inicial, foram quatro os cenários estudados pela consultora no verão de 2013, meses depois da injeção de 1,1 mil milhões de euros de dinheiros públicos no Banif.

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Questionado pela deputada do PS Lara Martinho sobre os custos relacionados com cada um dos cenários, o consultor colocou os números em cima da mesa.

“Na altura [2013], a nacionalização teria um custo entre 2,7 mil milhões de euros e 4,2 mil milhões de euros, a resolução com venda de ativos e passivos entre 2,8 mil milhões de euros e 4,3 mil milhões de euros, a resolução com criação de banco de transição entre 3 mil milhões de euros e 4,3 mil milhões de euros, e a liquidação entre 5,3 mil milhões de euros e 5,7 mil milhões de euros.

“O principal critério era o custo. Mas houve outros critérios, como os riscos para a estabilidade financeira dos diferentes cenários de contingência e o risco de execução dos mesmos”, sublinhou Pinto Ribeiro.

“A liquidação era vista como tendo o maior risco para a estabilidade financeira do sistema”, realçou.