O procurador-geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, diz que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia dos esquemas de corrupção na Petrobras e tentou interferir nas investigações judiciais da Operação Lava Jato.

Estes são argumentos que constam do pedido de investigação a Lula da Silva que o procurador enviou na terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), parcialmente divulgado pela imprensa brasileira.

Para Janot, a organização criminosa que desviou dinheiro da Petrobras não poderia ter funcionado durante tantos anos e de uma forma tão ampla sem a participação do ex-Presidente.

No texto, citado pela impresa brasileira, o procurador também afirma que “se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses”.

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Nestor Cerveró é um ex-funcionário da Petrobras que foi condenado por corrupção passiva e branqueamento de capitais pela sua participação nos desvios de dinheiro da petrolífera.

Cerveró fez um acordo de delação premiada (cooperação com a justiça em troca da redução da pena).

“Embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne as articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava Jato”, escreveu o procurador na denúncia enviada ao STF e citada pela imprensa.

Em defesa do ex-Presidente, o Instituto Lula divulgou na terça-feira um comunicado em que considera que “a peça apresentada pelo procurador-geral da República indica apenas suposições e hipóteses sem qualquer valor de prova”.

“Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável, com base unicamente na palavra de um criminoso”, acrescenta o comunicado, que garante que “Lula não participou nem direta nem indiretamente de qualquer dos factos investigados na Operação Lava Jato”.