A Izquierda Unida está agora mais perto do que nunca de se juntar ao Podemos nas eleições legislativas de 26 de junho, depois de a maioria dos seus simpatizantes e militantes ter votado a favor de uma coligação entre os dois partidos.

A votação surge numa altura em que o Podemos e a Izquierda Unida negoceiam um acordo pré-eleitoral. Segundo fontes da direção dos dois partidos confirmaram ao El País, “o pacto está 75% ou quase 80% feito”. O mesmo jornal escreve ainda que as negociações estão a decorrer em “absoluto segredo”.

A pergunta a votos era esta: “Aprovas uma coligação eleitoral com o Podemos e outras forças para as eleições de 26 de junho?”. Ao todo, 84,5% daqueles que votaram responderam afirmativamente, dando luz verde para uma iniciativa conjunta dos partidos de Pablo Iglesias e de Alberto Gárzon. O “não” teve 13,1% dos votos e houve ainda 2,4% de eleitores que votaram branco ou nulo.

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Apesar de o “sim” ter vencido de forma expressiva, apenas 28% dos simpatizantes e militantes votaram.

Críticas: “Acompanhados sim, mas com um pacto claro”

Pouco depois de ser conhecido o resultado, começaram a surgir críticas internas à forma como a votação decorreu. A falha que é recorrentemente apontada no seio dos críticos de Gárzon dentro da Izquierda Unida é o facto de a votação ter ocorrido antes de ser conhecido o conteúdo do acordo com o Podemos, que está neste momento a ser negociado.

O líder da Izquierda Unida em Zamora, Francisco Guarido, escreveu no Facebook: “Acompanhados sim, mas com um pacto claro. Caso contrário, estamos melhor sozinhos”. Depois, acrescentou que “a pergunta que foi feita sobre a ‘coligação IU-Podemos’ não é clara, já que não diz quais são as condições do pacto”, referindo ainda que, na campanha para as eleições de 20 de dezembro do ano passado, o Podemos deu “poucas garantias que realmente respeite a trajetória” da Izquierda Unida.

Assim, já há quem peça uma nova votação, a ser feita quando for conhecido o acordo entre Iglesias e Garzón. Essa hipótese foi avançada pelo líder da Izquierda Unida na véspera da votação, quando disse: “Na Izquierda Unida nunca descartamos nenhuma consulta de nenhuma natureza”. Porém, depois de terem sido conhecidos os resultados da votação de quinta-feira, Clara Afonso, secretária de Comunicação do partido, rejeitou a realização de novas eleições.

De acordo com as sondagens, se o Podemos se coligar à Izquierda Unida poderá contrariar a recente queda de popularidade, obtendo assim um resultado semelhante aos 20,7% de dezembro de 2015.