O Bloco de Esquerda apresentou esta quinta-feira três requerimentos onde exige ao Ministério das Finanças, ao Banco de Portugal e ao Fundo de Resolução que se pronuncie sobre o facto de o Novo Banco ter impedido entre 100 a 150 trabalhadores de aceder ao local de trabalho.

O caso foi revelado pelo Público na terça-feira. De acordo com o jornal, mais de uma centena de funcionários do Novo Banco que recusaram a proposta de rescisão voluntária de contratos foram impedidos de continuar a trabalhar. Mais: os cartões de abertura de portas deixaram de funcionar, assim como o acesso ao sistema informático.

Agora, o Bloco exige saber se estes três organismos — Ministério das Finanças, Banco de Portugal e Fundo de Resolução — tem ou não conhecimento desta situação, que medidas pretendem tomar no sentido de garantir a todos os trabalhadores o exercício dos seus direitos laborais e que diligências vão fazer no sentido de apurar todas as responsabilidades e de aplicar as “devidas punições a quem deu indicações para que se tomassem” estas medidas.

O Bloco de Esquerda considera lamentável que, mais uma vez, sejam os trabalhadores as principais vítimas das sucessivas crises bancárias que têm tido lugar no país. É, sobretudo, inaceitável que o Estado e as suas instituições se revelem o mais cruel dos patrões, com sucessivos atropelos aos direitos destas pessoas. Já assistimos a este processo na Parvalorem, e não podemos tolerar que se repita, desta vez no Novo Banco”, avisam os bloquistas.

De acordo com o que o Público avançou na terça-feira, os trabalhadores receberam uma carta no final da semana passada a dispensá-los da comparência no local de trabalho até 30 de maio, sem perda de remuneração. Em nenhum momento, no entanto, foram informado que lhes tinha sido vedado o exercício de funções.

Fonte oficial do Novo Banco, questionado pelo mesmo jornal, limitou-se a referir que “os trabalhadores que não aceitaram a rescisão tinham informação por escrito de que seriam dispensados no âmbito do processo de redução de trabalhadores que o banco está obrigado a cumprir”, não desmentido o tratamento dado aos trabalhadores.

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