O nome do dono da Octapharma, Joaquim Paulo Nogueira Lalanda e Castro, aparece referido nos documentos libertados da Mossack Fonseca, avança a TVI, que faz parte do Consórcio Internacional de Jornalistas que está a estudar o caso. A Octapharma contratou José Sócrates como consultor em 2013, pelo que o nome de Joaquim Lalanda e Castro está também na teia da Operação Marquês, que envolve o ex-primeiro-ministro.

Joaquim Paulo Nogueira Lalanda e Castro aparece agora nos Panama Papers como proprietário de duas companhias criadas nas Ilhas Virgens Britânicas em 2011, a New Ruby One e a New Ruby Two, ainda hoje ativas. Ambas as sociedades, segundo a TVI, detêm a Intelligent Life Solutions, uma empresa que Lalanda e Castro já admitiu deter e que terá sido utilizada para fechar um negócio de meio milhão de euros com o amigo de infância de José Sócrates, Carlos Santos Silva.

Através do seu advogado, o dono da Octapharma confirmou à TVI a existência das duas empresas, mas ressalvou que ambas estavam “devidamente reportadas às autoridades fiscais suíças e plenamente integradas no seu património”. Além de que, sublinhou o advogado, Lalanda e Castro “não é residente fiscal em Portugal desde 2011” nem “as sociedades referidas são detentoras de qualquer ativo ou participação social em Portugal”.

Outro nome português detetado foi o de António Ferro, que se candidatou pelo partido Nós Cidadãos nas últimas legislativas pelo círculo da Europa. António Ferro aparece desde 2003 como dono da PPI Corporation, uma sociedade das Bahamas, estando disponível nos documentos da Mossack Fonseca uma cópia do seu passaporte, assim como cartas assinadas por si e remetidas da sua antiga morada em Bruxelas. Mas António Ferro nega qualquer relação à empresa.

“Estou estupefacto. Não conheço essa empresa, não sei nada sobre ela, nem sei como é que o meu passaporte e os meus dados foram aí parar. Já tive um problema no passado, em que falsificaram a minha assinatura”, disse citado pela TVI.

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