A fadista Raquel Tavares apresenta esta sexta-feira o novo álbum, “Raquel”, no Chiado, em Lisboa, um álbum que, como definiu à Lusa, está aberto ao mundo, refletindo mais experiência, mais vivências e uma consciência tranquila das suas origens.

“É um disco com mais mundo, é um disco com mais idade, mais maduro, não só do ponto de vista artístico, mas, acima de tudo, pessoal, e é por isso que se intitula ‘Raquel'”, esclareceu a fadista à Lusa.

“Escolhi este título, porque é como me chamam os meus amigos, as pessoas que me conhecem, que são próximas de mim – quem me é pessoal -, e eu queria que este fosse um disco pessoal, que me retratasse francamente: hoje a Raquel com 31 anos não é a menina que gravou o primeiro disco, aos 21”, acrescentou.

O álbum abre com “Deste-me um beijo e vivi”, do poeta João Dias, uma criação de Beatriz da Conceição, falecida em novembro do ano passado, fadista que é uma “absoluta referência” para Raquel Tavares, que afirmou: “Nunca a sua memória será esquecida, como uma grande criativa, uma fadista extraordinária, enquanto eu cantar e viver, com enorme orgulho”.

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Do alinhamento fazem parte outras recriações, designadamente “Rapaz da camisola verde”, de Pedro Homem de Mello e Hermano da Câmara, “Limão”, de Arlindo de Carvalho, “Eu já não sei”, de Domingos Gonçalves Costa e Carlos Rocha, e “Coração vagabundo”, um tema de Caetano Veloso, que conta com a participação ao piano de Rui Massena e de Carlão (voz).

Estas não são as únicas participações especiais no CD. Rui Veloso, em guitarra acústica, participa no tema “Regras de sensatez”, de sua autoria (música e letra), e António Serrano (harmónica), em “Não me esperes de volta”, de Paulo Abreu Lima e António Zambujo, que é um dos temas favoritos da fadista, pois “é uma ternura”.

Outro dos temas do álbum que destacou foi “Meu amor de longe”, de Jorge Cruz, que “tem muita portugalidade e apresenta uma Lisboa de hoje, uma Lisboa ‘world music'”.

“Esta Raquel viajou, partilhou palcos, teve imensas experiências positivas do ponto de vista musical, que trouxe essas influências e as reflete neste disco”, disse.

“Com este amadurecimento musical, perdi o preconceito comigo mesma. Percebi que ser fadista não implica anular-me enquanto intérprete”, afirmou.

Raquel Tavares apresenta o álbum às 18h30, na FNAC do Chiado, em Lisboa, acompanhada pelos músicos Bruno Chaveiro (guitarra portuguesa), Bernardo Viana (viola), Daniel Pinto (baixo) e Sebastião Santos (bateria).