A derrota já era prevista pelo governo, é certo. Mas o resultado final pode servir como um parâmetro da falta de apoio de Dilma Rousseff no Senado brasileiro. Com 15 votos a favor e cinco contra, a comissão especial do Senado aprovou o relatório que recomenda a destituição da presidente do seu cargo.

Para que o relatório, produzido pelo senador Antonio Anastasia (PSDB), fosse aprovado, era necessária uma maioria simples (11 votos). Antes da votação, o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB), já havia anunciado que votaria apenas em caso de empate.

No total, 11 partidos votaram a favor do documento: PP, PSC, PR, PV, PSB, PMDB, PSD, DEM, PTB, PSDB, PPS. Apenas o PT, PC do B e PDT deram um voto contrário ao relatório.

Os partidos de oposição comemoraram a aprovação do relatório. Foi o caso do senador Pauderney Avelino, do partido DEM. “Já era esperado 15 votos contra 5. O governo só tinha cinco votos. O governo da presidente Dilma já acabou, então agora só estamos contando prazo. Então, hoje foi na comissão especial do senado, na quarta-feira será no plenário. É o countdown do impeachment”, disse, citado pelo G1.

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O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), concorda com a previsibilidade do resultado. “Era algo já esperado. Mas o que estão chamando de crime é um pretexto para a retirada da presidente Dilma. Não há evidências de crime. Vamos continuar a denunciar esse golpe. No plenário, teremos um resultado diferente, ainda que não seja certa a nossa vitória. Está em curso um golpe parlamentar”, disse à publicação.

O relatório agora segue para votação por todos os 81 senadores, prevista para acontecer na próxima quarta-feira, 11. É de salientar que, independentemente do resultado da votação desta sexta-feira, o Senado ainda teria de tomar esta decisão na quarta-feira.

Caso o processo de impeachment seja aprovado por maioria simples (41 votos), na próxima semana, Dilma Rousseff será afastada temporariamente da Presidência do Brasil, num período de até 180 dias. Michel Temer, vice-presidente, assume a liderança do país interinamente até a sessão final.