As operações de salvamento relacionadas com o edifício que desabou em Nairobi, capital do Quénia, a 29 de abril terminaram este sábado, com o saldo de vítimas fixado em 49 mortos e 47 desaparecidos, informaram as autoridades quenianas.

“Temos de colocar um ponto final nas buscas e na operação de salvamento, depois de recuperados 49 corpos”, afirmou Pius Masai, responsável pela unidade de gestão de desastres naturais do Quénia.

No total, foram salvas dos escombros 140 pessoas e, entre os resgatados com vida, estava um bebé de sete meses que foi encontrado quatro dias após o desabamento do edifício. Já a sua mãe não sobreviveu. Outras quatro pessoas foram salvas na última quinta-feira, seis dias depois da tragédia. Há ainda 47 desaparecidos, segundo Piu Masai, que não detalhou se estas pessoas se encontravam no edifício, na altura em que colapsou.

O edifício de seis andares abateu sobre si mesmo, numa sexta-feira à noite, no bairro popular de Huruma, no nordeste da capital queniana, devido a chuvas torrenciais e à má qualidade da construção. Concluído há dois anos, o prédio desabado chegou a ser alvo de uma ordem de demolição, mas a decisão não foi respeitada pelos proprietários, nem aplicada pelas autoridades.

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Dois irmãos proprietários do prédio foram detidos e depois libertados sob fiança, enquanto os investigadores tentam reunir provas para uma eventual acusação judicial.

Neste tipo de edifício, cada família ocupa, muitas vezes, apenas uma assoalhada e partilha com os outros as instalações sanitárias do piso. O prédio tinha 198 divisões, e arrendar aí um quarto custava cerca de 2.500 xelins quenianos por mês (25 euros), o que o colocava no fundo da escala imobiliária, em Nairobi.

Vários edifícios desabaram nos últimos anos na capital e noutras cidades do Quénia, em plena onda de euforia imobiliária e de construções em todo o lado.

A qualidade dos materiais e a velocidade excessiva de construção são regularmente questionadas, assim como a capacidade de promotores pouco escrupulosos para contornar a regulamentação, através do pagamento de subornos.