A política de desenvolvimento do arsenal nuclear da Coreia do Norte, defendida pelo presidente Kim Jong-Un, foi aprovada no VII Congresso do Partido dos Trabalhadores, o primeiro em 36 anos, anunciou esta segunda-feira a agência estatal norte-coreana.

O congresso, que arrancou na sexta-feira, foi amplamente visto como uma coroação para Kim Jong-Un, 33 anos, assegurando a sua condição de líder supremo e confirmando a sua doutrina de desenvolvimento conjunto da economia e do nuclear.

No domingo, os milhares de delegados daquele que é, tecnicamente, o órgão superior de decisão da Coreia do Norte, adotaram a estratégia de impulsionar simultaneamente o desenvolvimento económico e “aumentar a força nuclear auto defensiva, tanto em qualidade como em quantidade”, avançou a agência de notícias francesa (AFP).

Foi também consagrada a política de não recorrer ao uso de armas nucleares, a não ser que a soberania da Coreia do Norte seja ameaçada por outra potência nuclear, e de trabalhar no sentido da eventual reunificação da península coreana dividida.

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“Mas se as autoridades sul-coreanas optarem por uma guerra, nós vamos para a guerra para limpar impiedosamente as forças anti-reunificação”, lê-se no documento distribuído pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte (KCNA).

No sábado, o presidente norte-coreano tinha já afirmado que o país apenas vai recorrer às suas armas nucleares no caso de a sua soberania ser ameaçada por outra potência nuclear.

“Como um país com armas nucleares, responsável, a nossa república não vai usar armas nucleares a não ser que a sua soberania seja ameaçada por quaisquer forças hostis com ogivas nucleares”, lançou o líder da Coreia do Norte durante o VII Congresso do Partido dos Trabalhadores, que se realizou na capital, Pyongyang.

Segundo a agência de notícias estatal norte-coreana, Kim Jong-Un prometeu que o país vai “cumprir fielmente” as suas obrigações de não-proliferação e impulsionar a desnuclearização em termos globais.

A Coreia do Norte abandonou o tratado de não-proliferação (NPT, na sigla inglesa) em 2003, tendo sido o primeiro país signatário a fazê-lo.

Por altura do seu primeiro teste nuclear, em 2006, a Coreia do Norte assegurou que “nunca seria a primeira a usar armas nucleares”, mas, desde então, tem feito repetidas ameaças de ataques nucleares preventivos contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.