A China afirmou esta terça-feira que os cortes que está a realizar na capacidade de produção do setor do aço são “um modelo internacional”, em resposta ao apelo da delegação da União Europeia (UE) em Pequim.

Segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang, a China reduziu a sua capacidade de produção anual em 90 milhões de toneladas, ao longo dos últimos cinco anos.

Lu defendeu que Pequim “atuou mais cedo do que qualquer outro país”, para enfrentar este problema “com medidas concretas”.

As declarações do porta-voz, feitas durante uma conferência de imprensa na capital chinesa, surgem após o embaixador da UE na China, Hans Dietmar Schweisgut, ter apelado ao país para que aplique rapidamente uma reforma no setor siderúrgico.

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O responsável da UE disse esperar que Pequim corrija as “distorções comerciais” que levaram Bruxelas a estudar, nos últimos meses, várias medidas “antidumping” contra produtos de aço chineses.

A indústria siderúrgica do país asiático produz mais do que os outros quatro gigantes do setor – Japão, Índia, Estados Unidos e Rússia – combinados, segundo dados da UE.

O problema tem estado na base de tensões entre a segunda maior economia do mundo e os países desenvolvidos, que a acusam de concorrência desleal.

Lu Kang assinalou que o excesso de capacidade no setor, a nível internacional, “é uma questão global, provocada por uma recessão mundial”, pelo que a solução deve passar por “promover a recuperação económica”.

O porta-voz lembrou que, em 2015, a UE importou 32 milhões de toneladas de aço, entre os quais apenas 20% teve origem no “gigante” asiático.

“Não é sensato atribuir à China todas as dificuldades sentidas pelo setor siderúrgico europeu”, concluiu.