Os profissionais das autoridades de segurança do Aeroporto de Lisboa exigiram que a ANA — Aeroportos de Portugal mantenha os estacionamentos disponibilizados a estes trabalhadores, admitindo que a sua retirada possa pôr em causa a qualidade da segurança.

O parque de estacionamento 6, no qual centenas de elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da Autoridade Tributária e Aduaneira, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública estacionam, vai entrar em obras a 01 de junho, e estes profissionais, que prestam serviço no aeroporto, temem que o estacionamento lhes seja retirado.

“Isto não é um prejuízo só para os próprios profissionais, é [também] um prejuízo” para “a qualidade da segurança. Numa situação de emergência, é natural que os primeiros a serem chamados sejam aqueles que fazem parte da segurança do aeroporto”, alertou o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP)em conferência de imprensa.

Paulo Rodrigues acusou a ANA de já ter faltado à palavra no passado, quando o parque de estacionamento 20 entrou em obras e os profissionais da segurança no aeroporto passaram a estacionar no parque 6, aonde se encontram atualmente.

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“A ANA, quando retirou a possibilidade de os polícias utilizarem o parque 20, afirmava ser uma situação provisória e somente até ao final das obras que se iriam entretanto realizar. Após as obras concluídas, a ANA faltou à palavra. O parque nunca mais foi utilizado pelos profissionais destas forças e serviços”, disse o presidente da ASPP/PSP.

Quanto ao futuro, Paulo Rodrigues desconhece se a ANA, detida pelo grupo francês Vinci, vai ou não manter o estacionamento a estes profissionais, depois de 01 de junho, data prevista para o início das obras no parque 6.

“Não sabemos se, eventualmente, vai existir parque ou não e em que sítio. Não podemos é deixar que estes profissionais fiquem deslocados a mais de um quilómetro do local aonde fazem serviço. Até porque estamos a falar de uma zona em que não há condições sequer para parquear a viatura”, sublinhou este dirigente sindical.

O presidente da ASSP/PSP frisou que zelar pela segurança das instalações do Aeroporto de Lisboa e da dos passageiros “é uma prioridade” e que “os únicos que podem zelar eficazmente por essa segurança” são os funcionários das autoridades de segurança.

“É importante que aqueles que estejam de serviço, ou que tenham de se deslocar para o serviço por uma situação de emergência, tenham o seu lugar reservado para poderem desempenhar o seu serviço com eficácia e o mais rapidamente possível”, defendeu Paulo Rodrigues.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da ANA informou que a empresa e o Aeroporto de Lisboa, “tendo em consideração as obras que decorrem, viu-se obrigada a transferir avenças de estacionamento para outros parques que não os centrais”.

“Estamos a trabalhar com as diferentes autoridades de maneira a acomodar todas as necessidades”, assegurou a ANA.