Três a quatro centenas de trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) são hoje esperados num plenário/concentração nacional na Estação de Entrecampos, em Lisboa, em defesa de uma empresa que dizem ser “estratégica para o caminho-de-ferro”.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) adiantou que o plenário/concentração, que abrange os trabalhadores da EMEF no Porto, Entroncamento, Lisboa e Barreiro, está marcado para as 10:30, seguindo-se uma deslocação até ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas para entrega de reivindicações.

Em causa, disse José Manuel Oliveira, está “a defesa da EMEF enquanto empresa estratégica para o caminho-de-ferro”, a defesa da contração coletiva, a exigência de reposição dos direitos laborais e contratuais, a valorização dos salários, a defesa dos postos de trabalho e da admissão de trabalhadores e o fim do trabalho precário.

Segundo o dirigente sindical, quando foi constituída, a partir das oficinas da CP, a EMEF chegou a empregar cerca de 2.000 trabalhadores, mas está hoje reduzida a menos de metade, com a diminuição mais acentuada de funcionários a acontecer “nos últimos cinco a oito anos”.

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“Com esta redução de trabalhadores o que estamos a verificar é uma entrega cada vez maior de trabalho a empresas externas, que não têm a qualidade e o conhecimento que os trabalhadores desta empresa têm”, sustentou, avançando como exemplo a anunciada intervenção nos Alfa Pendulares, onde “a intervenção da EMEF será na ordem dos 30 a 40%”, sendo “o resto tudo trabalho externo”.

Para que a empresa possa assegurar todo o trabalho de manutenção e reparação do material circulante em Portugal, a Fectrans defende ser necessário cerca de uma centena de trabalhadores (atualmente está aberto um concurso para 85), a maior parte dos quais mediante a integração nos quadros dos funcionários atualmente com vínculos precários.

Na base do protesto marcado para hoje está ainda a reposição de direitos, como as diuturnidades, evolução na carreira, pagamento de trabalho extraordinário, valorização dos salários e direito ao transporte extensivo às famílias dos trabalhadores.