“Fizemos os nossos deveres e sabemos que cumprimos a lei, estamos dentro da legalidade”, disse ao Observador Nuno Santos, diretor da Cabify em Portugal. Na sequência das ameaças dos taxistas – que já anunciaram que vão recorrer ao tribunal caso o Governo não impeça a tecnológica de operar – Nuno Santos refere que não pode “falar sobre ações futuras”, mas que está aberto ao diálogo.

“Esperamos ter muito sucesso em Lisboa e estamos preparados, a nível legal e da organização, para reagir a todas as situações que podem surgir”, afirmou, sem deixar de acrescentar que ainda “há um caminho a traçar”.

Sobre as conversas que a empresa tem tido com o Governo e representantes de taxistas, Nuno Santos explica que a empresa espanhola quer “fazer parte do futuro da mobilidade em Lisboa” e que, para isso, a Cabify tem de ser “conhecida e compreendida por todos os agentes do mercado”.

Disponível em Lisboa a partir desta quarta-feira, com o serviço Lite e uma tarifa mínima de 3,5 euros, a Cabify tem um plano de crescimento – em serviços e em frota – até ao final do ano, mas não avançou com números. “Vamos depender sempre das necessidades dos clientes”, afirmou.

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Esta quarta-feira, João Carvalho, presidente da Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT), entregou um parecer ao governo sobre o quadro de atuação da Uber em Portugal, onde concluiu que a concorrente da Cabify está a atuar “fora da lei”, ou seja, ou a “legislação muda ou a Uber tem de entrar no quadro legislativo” existente.

Questionado pelo Observador, Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL, diz que a solução para este tipo de operadoras é só uma: “a central de distribuição de serviços da Uber e da Cabify passar estes serviços para os taxistas, que são os únicos com alvarás e licenças para o transporte ocasional de passageiros”.

O presidente da ANTRAL reiterou que “ninguém é contra a Uber e a Cabify. Sou o primeiro a dizer que são muito bem-vindas dentro do que é legal”, afirmou.