Histórico de atualizações
  • Por hoje é tudo — mas só por hoje, porque a situação política do Brasil está longe de serenar. Essa é uma certeza. Outra é a de que vamos acompanhar tudo isto aqui no Observador, com notícias, especiais e também explicadores que possam ajudar a descodificar o complexo processo de impeachment que Dilma Rousseff enfrenta.

    Assim sendo, despedimo-nos agora, com a promessa de que regressaremos sempre que necessário. Obrigado por nos seguir e até à próxima!

  • E assim fechamos este liveblog, depois de o Brasil ter dado mais um passo significativo no processo de destituição da Presidente Dilma Roussef. A partir de hoje, Dilma está afastada até um período de 180 dias do cargo de Presidente do Brasil, enquanto o Senado decide qual será o seu destino: pode ser ilibada de crimes de responsabilidade ou pode ver o seu mandato cassado, impedindo-a de exercer cargos públicos nos oito anos seguintes.

    O dia foi marcado por dois momentos-chave: o discurso de Dilma Roussef e o discurso de Michel Temer, agora Presidente interino do Brasil.

    Na sua intervenção, Dilma disse que o seu afastamento temporário do poder é “um verdadeiro golpe”, que equiparou ao golpe de 1964 que resultou na instauração de uma ditadura militar no Brasil: “Lutei a minha vida inteira pela democracia. Aprendi a confiar na capacidade de luta do nosso povo. [Mas] confesso que nunca imaginei lutar de novo contra um golpe no meu país”.

    Ainda assim, garante que não vai virar costas a este “desafio”, colocando-o ao lado dos tempos em que foi torturada durante a ditadura militar ou a quando batalhou contra um cancro: “O destino sempre me reservou muitos desafios. Muitos e grandes desafios. Alguns parecerem intransponíveis. Mas eu consegui vencê-los. Eu já sofri a dor indizível da tortura. A dor aflitiva da doença. E agora sofro mais uma vez a dor igualmente inominável da injustiça”.

    Dilma Roussef disse ainda que a destituição do seu Governo servirá para “impedir a execução do programa dos votos majoritários de 54 milhões de brasileiros” e que é “um golpe que ameaça a democracia e as conquistas que a população alcançou na última década”.

    Michel Temer, no seu primeiro discurso como Presidente interino, falou na necessidade “urgente” de um “Governo de salvação nacional” que terá de “unificar” e “pacificar” o país. O político do PMDB defendeu um fortalecimento do setor privado como forma de combater o desemprego: “O cidadão só terá emprego se a indústria, o comércio e as atividades de serviço estiverem todas caminhando bem”.

    O Presidente interino declarou o seu “respeito institucional” a Dilma Rousseff, mas defendeu a necessidade de “dar eficiência aos gastos públicos”, algo que acredita “não tem merecido maior preocupação no Estado brasileiro”. Ainda assim, apesar de defender o “equilíbrio” das contas públicas, garantiu que os programas sociais do anterior Governo não serão eliminados. “São projetos que deram certo e portanto terão a sua gestão aprimorada”, disse.

    Sobre a Operação Lava Jato, defendeu que esta deve ter “prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la”.

  • Michel Temer fala em "unificar" o Brasil, garante que vai continuar programas sociais e defende fortalecimento do setor privado

    No seu primeiro discurso enquanto Presidente interino do Brasil, Michel Temer quis apelar à “unificação” do país, declarou “respeito institucional” a Dilma Rousseff e quis deixar claro que, se por um lado quer fortalecer o setor privado, por outro não deixará para trás os programas sociais do anterior Governo. O seu Executivo, garante, formará um “Governo de salvação nacional”.

    Michel Temer levou quase 30 minutos a falar, numa cerimónia que disse querer ser “sóbria” e que, diz ter admitido em certa altura, nem era para acontecer — pese embora o facto de há semanas ter surgido um áudio onde ensaiava o seu discurso de tomada de posse. “Esta tarde de quinta-feira não é o momento para celebrações”, disse. E pôs os olhos no futuro: “É o presente e o futuro que nos desafiam. E não podemos olhar para a frente com olhos de ontem”.

    Ora, que futuro é este que Michel Temer quer para o país que agora vai liderar, enquanto Dilma Rousseff está temporariamente afastada do poder?

    A luta ao desemprego será “o maior objetivo do Governo” e “maior desafio é estancar o processo de queda livre da atividade económica”. Uma forma de atacar o problema passará por criar as condições necessárias no setor privado para este voltar a criar empregos. “O cidadão só terá emprego se a indústria, o comércio e as atividades de serviço estiverem todas caminhando bem”, disse. E admitiu a via das parcerias entre o Estado e os privados como uma a ser percorrida: “Teremos de incentivar de maneira significativa as parcerias público-privadas, na medida de que esse instrumento poderá gerar emprego no país”.

    Segundo Temer, o tamanho do Estado será mesmo para reduzir, com o fim de “restaurar o equilíbrio das contas públicas, trazendo a evolução do endividamento do setor público de volta ao patamar de sustentabilidade”. Um sinal nesse sentido será mesmo o Executivo que Temer agora vai liderar: “Já eliminámos vários ministérios da máquina pública”, disse, altura em que foi presenteado com aplausos da plateia que assistia ao discurso no Palácio do Planalto.

    Ainda assim, o tal “equilíbrio das contas públicas” não deverá ser feito à custa dos programas sociais que marcaram os últimos anos de governação do Brasil. “Sabemos todos que o Brasil lamentavelmente ainda é um país pobre. Portanto, reafirmo e faço-o em letras garrafais: vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o ProUni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo e portanto terão a sua gestão aprimorada”, garantiu.

    Sobre o combate à corrupção, Temer deixou a garantia de que este é para continuar. “A moral pública será permanentemente buscada por meio dos instrumentos de controle e apuração de desvios”, garantiu, para depois sublinhar que a Operação Lava Jato se tornou numa “referência” e que deve ter “prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la”.

    Esta foi a primeira farpa de Temer na direção de Dilma Rousseff, que, apesar de não estar implicada na Lava Jato, viu personalidades que lhe são próximas a serem constituídas arguidas no processo — a mais notória é, sem dúvida, o ex-Presidente Lula da Silva, seu amigo pessoal e mentor.

    Ainda assim, Temer garantiu ter “absoluto respeito institucional à senhora Presidente Dilma Rousseff”, escusando-se a discutir “as razões pelas quais ela foi afastada”. Mas pouco depois fez questão de se afastar da atuação do anterior Governo — do qual foi vice-Presidente –, falando da necessidade de “dar eficiência aos gastos públicos, coisa que não tem merecido maior preocupação no Estado brasileiro”.

    Já perto do fim da sua intervenção, Temer lembrou que “agora em agosto, o Brasil estará no centro do mundo com a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro”. “Tão cedo não teremos a oportunidade de atrair a atenção de tanta gente”, sublinhou. E, para esses dias, e para os que em geral se seguem, o Presidente interino do Brasil deixou um pedido: “A partir de agora não podemos mais falar em crise”. E recordou uma história recente: “Há pouco tempo, eu passava por um posto de gasolina e o sujeito botou uma placa lá [que dizia] ‘não fale em crise, trabalhe’“. Ficou a ideia e até uma sugestão presidencial: “Eu quero ver até se consigo espalhar essa frase em dez, vinte milhões de outdoors em todo o Brasil”.

    Por fim, Michel Temer concluiu o seu discurso de quase meia hora apelando a uma “religação” dos brasileiros e pedindo que “Deus que abençoe a todos nós”. Antes de abandonar o palco, disse: “O meu obrigado e um bom Brasil para todos nós”.

  • Michel Temer: "Não fale em crise. Trabalhe"

    Michel Temer já fala em otimismo — e até já tem ideia para um outdoor a ser espalhado por todo o Brasil: “A partir de agora não podemos mais falar em crise. Trabalharemos. Aliás, há pouco tempo eu passava por um posto de gasolina e o sujeito botou uma placa lá [que dizia] ‘não fale em crise. Trabalhe’. Eu quero ver até se consigo espalhar essa frase em dez, vinte milhões de outdors em todo o Brasil”.

  • Michel Temer: "Não podemos olhar para a frente com olhos de ontem"

    “Esta tarde de quinta-feira não é momento para celebrações. É o presente e o futuro que nos desafiam. E não podemos olhar para a frente com olhos de ontem. Olhamos com olhos de presente e olhos de futuro.”

  • Michel Temer declara "respeito institucional" a Dilma Rousseff

    “Faço questão, e espero que sirva de exemplo, de declarar o meu absoluto respeito institucional à senhora Presidente Dilma Rousseff”, disse Michel Temer. “Não discuto aqui as razões pelas quais foi afastada”, acrescentou.

  • Michel Temer não fala de Dilma, mas é como se o fizesse

    Michel Temer ainda não referiu o nome da Presidente Dilma Rousseff, que hoje foi termporariamente afastada das suas funções políticas. Mas fala em desvios dos “padrões jurídicos” e de como estes podem ser prejudiciais:

    Toda a vez que nos desvíamos dos padrões jurídicos, e o Direito existe exata e precisamente para regular as relações sociais, quando nos desvíamos dos limites do direito, nós criamos a instabilidade social e a instabilidade política.”

    No discurso que fez hoje, Dilma Rousseff rejeitou ter cometido algum crime, apesar de admitir “erros”.

  • É o risco de falar em público: Michel Temer está demasiado rouco e interrompe o seu discurso por momentos. “Preciso tomar uma pastilha”, diz. Lá acaba por se recompor, sob gritos de “Michel! Michel! Michel!”.

  • Michel Temer: "A Lava Jato tornou-se referência e deve ter prosseguimento"

    O Presidente interino toca no assunto da corrupção e referiu o caso particular da operação Lava Jato: “A moral pública será permanentemente buscada por meio dos instrumentos de controle e apuração de desvios. Nesse contexto, tomo a liberdade de dizer que a Lava Jato tornou-se referência e como tal deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la.”

  • Michel Temer: "Vamos manter os programas sociais"

    Uma das promessas mais concretas de Michel Temer neste discurso é a manutenção de programas sociais. “Reafirmo, e faço-o com letras garrafais”, disse, referindo-se a programas como o Bolsa Família ou o Minha Casa, Minha Vida. “São projetos que deram certo e portanto terão a sua gestão aprimorada”

  • Michel Temer: "Vamos manter os programas sociais"

    Uma das promessas mais concretas de Michel Temer neste discurso é a manutenção de programas sociais. “Reafirmo, e faço-o com letras garrafais”, disse, referindo-se a programas como o Bolsa Família ou o Minha Casa, Minha Vida. “São projetos que deram certo e portanto terão a sua gestão aprimorada”

  • Michel Temer: "Vamos manter os programas sociais"

    Uma das promessas mais concretas de Michel Temer neste discurso é a manutenção de programas sociais. “Reafirmo, e faço-o com letras garrafais”, disse, referindo-se a programas como o Bolsa Família ou o Minha Casa, Minha Vida. “São projetos que deram certo e portanto terão a sua gestão aprimorada”

  • Michel Temer: "Vamos manter os programas sociais"

    Uma das promessas mais concretas de Michel Temer neste discurso é a manutenção de programas sociais. “Reafirmo, e faço com letras garrafais”, disse, referindo-se a programas como o Bolsa Família ou o Minha Casa, Minha Vida. “São projetos que deram certo e portanto terão a sua gestão aprimorada”

  • Temer já aponta para uma redução do Estado e defende parcerias público-privadas

    Naquilo que parece ser uma postura de distanciamento com a política de centro-esquerda do Governo de Dilma Rousseff, Michel Temer fala a favor de uma harmonização do Estado e do setor privado, chegando a defender que estes trabalhem juntos nalgumas instâncias: “Teremos de incentivar de maneira significativa as parcerias público-privadas, na medida de que esse instrumento poderá gerar emprego no país. Sabemos que o Estado não pode tudo fazer”.

    Mais à frente, acrescentou que ao Estado cabem “os espaços e setores fundamentais que não podem sair da órbita pública” e que “o restante terá de ser partilhado com a iniciativa privada”.

  • Michel Temer: "É preciso resgatar a credibilidade do Brasil"

    “Eu conservo a absoluta convicção de que é preciso resgatar a credibilidade do Brasil no conserto interno e internacional. Factor necessário para que empresários dos setores industriais, de serviços, do agronegócio e os trabalhadores, enfim, de todas as áreas produtivas, se entusiasmem e retomem em segurança os seus investimentos.”

  • Michel Temer: "É urgente pacificar a nação e unificar o Brasil"

    “Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra confiança. Confiança nos valores que formam o caráter da nossa gente. Na vitalidade da nossa democracia. Confiança na recuperação da economia nacional. Os potenciais do nosso país. Em suas instituições sociais e políticas e na capacidade de que unidos poderemos enfrentar os desafios deste momento, que é de grande dificuldade. Reitero que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil. É urgente fazermos um governo de salvação nacional.”

  • MIchel Temer já fala

    Começou o discurso de Michel Temer, Presidente interino do Brasil.

  • Ministros tomam posse, um a um

    tomadaposseministros

    A tomada de posse dos ministros de Temer — assim mesmo, “ministros”, já que não há uma única mulher entre eles — faz-se um a um, mas nem por isso de forma ordeira e célere. Cada ministro é chamado pelo nome, altura em que sobe ao púlpito para deixar a sua assinatura. Mesmo ali ao lado está Michel Temer, a quem todos os ministros recém-empossados dão um aperto de mão ou um abraço. Enquanto isto, uma espécie de claque vai gritando em uníssono o nome daquele que acaba de tomar posse. O ambiente é festivo, q.b..

  • Michel Temer já está na cerimónia de tomada de posse de ministros. Mais tarde discursa

    Começou a cerimónia de tomada de posse dos ministros do novo Executivo, liderado Presidente interino, Michel Temer.

    A cerimónia vai ser marcada pelo discurso de Temer — o primeiro que fará nas suas atuais funções de Presidente interino do Brasil.

    Segundo o G1, que cita fonte próxima de Temer, o discurso do Presidente interino deverá fazer um discurso onde procurará colocar uma estratégia para a situação política, económica e social do país. E também vai tentar marcar uma distância clara em relação à gestão da Presidente Dilma Rousseff, com a qual concorreu lado a lado nas eleições presidenciais de 2014.

  • Eduardo Cunha dá o troco em Dilma Rousseff

    http://twitter.com/DepEduardoCunha/status/730806893048938498

    “Antes tarde do nunca”. A frase foi utilizada por Dilma Rousseff a 5 de maio, no dia do afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, durante um evento na usina de Belo Monte, no Pará.

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