Portugal vai participar na edição de 2017 dos Jogos do Mediterrâneo, em Tarragona, após a proposta lusa de inclusão ter sido aprovada “por unanimidade” em assembleia geral, anunciou quarta-feira o comité organizador espanhol.

“É uma pretensão de há muitos anos, que nos estava bloqueada pelos gregos, que faziam alguma força para que não entrássemos. Eles sentiam que lhes iríamos retirar algumas medalhas”, disse à agência Lusa o presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP), Carlos Paula Cardoso.

A delegação portuguesa aos Jogos do Mediterrâneo, que irá integrar cinquenta atletas e dirigentes, irá competir em Tarragona2017 como comité nacional convidado, elevando para 26 o número de países representados, provenientes de três continentes.

“A admissão aos Jogos do Mediterrâneo foi um feito importante. Apesar de não sermos um país mediterrânico, somos um país culturalmente mediterrânico”, referiu Carlos Paula Cardoso, enaltecendo o “novo espaço que se abre aos atletas portugueses”.

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A admissão de Portugal, que satisfaz uma ambição perseguida há vários ciclos olímpicos, já ao longo de algumas décadas, surge após o Kosovo também ter sido aceite, em novembro de 2015, pelo Comité Internacional dos Jogos do Mediterrâneo (CIJM).

“É uma competição que está ao nosso nível, não só para lançar atletas como para elementos consagrados que em algumas modalidades dificilmente encontram em competições mundiais ou jogos olímpicos espaço suficiente para se apresentarem com condições para discutir os primeiros lugares”, referiu.

Portugal passa a integrar um novo espaço desportivo que conta com algumas potências mundiais, como Itália, França, Espanha e Grécia, nas mais diversas disciplinas, e que dominam o medalheiro da prova.

“Os Jogos do Mediterrâneo têm países fortes a competir, pelo que é um espaço muito importante para os nossos atletas. É um espaço competitivo intermédio, comparativamente a mundiais e Jogos Olímpicos, mas com algumas áreas de nível elevado”, explicou.

Ainda de acordo com Carlos Paula Cardoso “os Jogos do Mediterrâneo constituem um espaço de preparação para o ciclo olímpico, mas também de lançamento de jovens talentos, na obtenção de melhores marcas e resultados. E isso é muito importante para a progressão e para a obtenção de resultados de mérito”.

O CIJM submeteu à aprovação a inclusão de Portugal após uma visita de trabalho a Tarragona, em março, tendo, na altura, o presidente do organismo, Amar Addadi, destacado o interesse luso em integrar a 18.ª edição dos Jogos do Mediterrâneo.

A proposta de admissão de Portugal foi aprovada posteriormente por unanimidade pela assembleia geral do CIJM, pelo que uma delegação lusa irá marcar presença em Tarragona2017, que irá decorrer de 30 de junho a 09 de julho do próximo ano.

Os Jogos do Mediterrâneo são uma espécie de Jogos Olímpicos para países banhados pelo mar que lhe dá nome, que, de quatro em quatro anos, competem em cerca de 30 modalidades.

A primeira edição decorreu em Alexandria, no Egito, em 1951.