“Levanta-se a questão de saber qual tem sido o destino das cinzas perigosas da Lipor produzidas nos últimos meses”, refere a associação ambientalista em comunicado hoje divulgado.

Segundo a Quercus, a empresa Lipor “pretendia enviar para um aterro de resíduos não perigosos as cinzas volantes provenientes da sua central de incineração de resíduos urbanos após as mesmas passarem por um processo de solidificação com cimento”.

Os ambientalistas referem ter tido acesso a uma carta da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) segundo a qual “o processo de solidificação das cinzas perigosas, através da adição de cimento, não elimina a perigosidade das cinzas”.

Defende a Quercus que “mesmo com o cimento, as cinzas volantes da central de incineração da Lipor continuam a ser classificadas como resíduos perigosos”.

Por esse motivo devem essas “cinzas perigosas” ser “encaminhadas para tratamento em unidades especializadas neste tipo de resíduos perigosos e não para aterros de resíduos banais como a Lipor pretendia”.

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Perante a informação de que a Lipor procurava um novo aterro para o efeito, a Quercus quer agora “saber onde estão a ser colocadas essas cinzas perigosas”.

“A célula da Lipor terá enchido, o que fez entretanto?”, questiona Rui Berkemeier, Coordenador do Centro de Informação de Resíduos da Quercus segundo o qual “o Ministério do Ambiente tem de saber junto da Lipor o que se está a passar com as cinzas perigosas”.

A associação ambientalista diz ainda ter já questionado por três vezes os serviços do Ministério do Ambiente sobre a “não existência de licença da Lipor para o tratamento de resíduos perigosos”.

“Até à data ainda não houve qualquer resposta, o que é inaceitável”, criticam.