O grupo de embaixadores dos países árabes em Lisboa manifestou esta quinta-feira ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a esperança de que durante o seu mandato Portugal reconheça o Estado da Palestina como independente e soberano.
Esta mensagem foi transmitida a Marcelo Rebelo de Sousa pela embaixadora do Reino de Marrocos, Karima Benyaich, durante o primeiro encontro do Presidente português com este grupo de embaixadores, no Palácio de Belém, em Lisboa.
Descrevendo o chefe de Estado português como “um homem amante da abertura, da tolerância e do diálogo”, Karima Benyaich afirmou: “Estamos convencidos de que, sob a sua orientação, senhor Presidente, Portugal dará um passo suplementar para o reconhecimento pleno e inteiro do Estado da Palestina”.
Estavam também presentes neste encontro a secretária-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ana Martinho, e o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira.
Antes, a embaixadora de Marrocos saudou “o papel desempenhado por Portugal em 2012 no reconhecimento pelas Nações Unidas do Estado da Palestina”, acrescentando: “Deve-se igualmente a Portugal o ter acolhido favoravelmente a admissão da Palestina como membro do Tribunal Penal Internacional”.
Karima Benyaich recordou também que em dezembro de 2014 o parlamento português aprovou uma recomendação ao Governo para que reconheça “o Estado da Palestina como um Estado independente e soberano, de acordo com os princípios estabelecidos pelo direito internacional”.
Esta recomendação, proposta na anterior legislatura por PSD, PS e CDS-PP e aprovada com votos destes três partidos, prevê que o reconhecimento do Estado da Palestina seja feito “em coordenação com a União Europeia”.
Na altura, os partidos mais à esquerda viram rejeitadas propostas que recomendavam o reconhecimento do Estado da Palestina sem articulação com a União Europeia.
No início da sua intervenção, Karima Benyaich disse ao Presidente da República que “o grupo de embaixadores árabes seguiu e apreciou os seus gestos e as suas palavras no início do seu mandato, em particular aquando da cerimónia inter-religiosa realizada na Mesquita de Lisboa em março passado”.
“Essas palavras e esses gestos são os de um homem amante da abertura, da tolerância e do diálogo e atento a esta relação particular que liga Portugal ao mundo árabe. São os gestos de um homem que sabe escutar-nos, falar-nos e compreender-nos”, considerou.