Os órgãos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vão reunir-se depois de o Governo suportado por aquela força política ter sido derrubado na quinta-feira pelo Presidente da República da Guiné-Bissau.

“Nos próximos dias [vamos] convocar o Bureau Político do PAIGC para orientação política e produção de soluções de consenso capazes de representar uma saída da crise, segura e credível”, anunciou o partido, em comunicado divulgado na última noite.

No documento, a força política rejeita “a alegação de incapacidade do Governo em assumir a plenitude das suas competências e atribuições”, usada pelo Presidente, José Mário Vaz, para o demitir.

“O Governo possuía um programa e, não fossem as perturbações forjadas na ANP, já estaria munido dos demais instrumentos de sua legitimidade”, acrescenta-se.

O PAIGC tem acusado o chefe de Estado de estar ao lado de 15 deputados dissidentes que se aliaram à oposição para derrubar o executivo liderado pelo veterano Carlos Correia.

O partido rejeita ainda que o Governo tenha obstruído “decisões judiciais” e acusa o Presidente de perseguir membros do Governo, apontando como exemplo uma nota da Procuradoria-Geral da República no sentido de “impedir a saída do país do próprio primeiro-ministro, assim como de mais oito membros” do executivo demitido.

“Lançamos um aviso à navegação dirigida pelo Presidente da República e convidamo-lo a abster-se da velada tendência em ameaçar e perseguir titulares de cargos públicos em exercício de funções, sem culpa formada e sem acusação transitada em julgado”, refere-se no comunicado do PAIGC.

Entretanto, o Presidente da República vai iniciar esta sexta uma ronda de auscultações com vista à nomeação de um novo primeiro-ministro e respetivo Governo.

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