Mira Amaral, presidente executivo do BIC, garante que o banco nunca favoreceu os seus acionistas e que não tem operações aprovadas contra o parecer do conselho de crédito. As declarações do banqueiro chegam como resposta a um relatório muito crítico do Banco de Portugal, na sequência de uma inspeção levada a cabo em março de 2015, mas só conhecida na semana passada.

“O BIC nunca favoreceu os seus acionistas”, garante Mira Amaral, em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo, publicada este sábado. O presidente executivo do banco garante que no caso de operações a acionistas ou partes relacionadas, os procedimentos da instituição financeira são ainda mais cautelosos.

A proposta de crédito é primeiro avaliada pelo conselho de crédito, que reúne uma proposta da área comercial, e um parecer da direção de análise de risco. É neste conselho, presidido pelo próprio Mira Amaral, que são verificadas todas as condições da operação. Mas se os clientes em causa são acionistas ou partes relacionadas, o conselho de crédito não pode aprovar diretamente a operação. Tem de submeter a proposta à avaliação do conselho fiscal, que vai verificar se as condições comerciais da operação estão de acordo com as condições de mercado.

Caso estejam a ser respeitadas as condições de mercado, a proposta sobe diretamente ao conselho de administração para ser aprovada. Se o cliente é naquele momento um dos membros do conselho de administração ou uma empresa relacionada, o membro em causa do conselho de administração não pode estar presente, garante Mira Amaral.

A inspeção do Banco de Portugal, levada a cabo em março de 2015, resultou num relatório confidencial entregue ao banco em novembro do ano passado. Foi este documento que chegou na semana passada ao Expresso, dando conta da aprovação de créditos sem o aval do conselho de crédito. Mas o presidente do BIC assegura que respondeu logo no final do ano passado à avaliação do Banco de Portugal, explicando que muitos dos “alertas” feitos já estavam a ser resolvidos.

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