A UNICEF registou 25 menores palestinianos mortos durante o último trimestre de 2015 e está preocupada com o número de crianças detidas por Israel, um recorde nos últimos sete anos.

Durante os últimos três meses de 2015, “25 crianças palestinianas, entre as quais cinco raparigas, foram mortas e 1.310 feridas na Palestina: 23 crianças (19 rapazes e quatro raparigas) foram mortas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e duas na faixa de Gaza”, indicou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) num relatório sobre aquele período.

As mortes ocorreram em plena vaga de ataques, sobretudo à facada, de jovens palestinianos contra israelitas.

A UNICEF declarou-se “muito preocupada quanto a uma utilização excessiva da força, nomeadamente nos casos em que crianças palestinianas foram abatidas pelas forças de segurança israelitas depois de terem realizado ou serem suspeitas de tentar realizar um ataque à facada”.

A agência da ONU criticou o facto de nenhum processo ter sido levantado, referindo o exemplo de uma adolescente de 17 anos levada por soldados israelitas para ser revistada num controlo rodoviário perto de Hebron, no sul da Cisjordânia, antes de ser abatida com, pelo menos, cinco tiros.

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“As autoridades israelitas dizem que ela tentou esfaquear um polícia, mas uma testemunha afirmou que ela não representava qualquer perigo no momento em que foi atingida e que gritava que não tinha qualquer faca”, indica o relatório.

Os territórios palestinianos, Jerusalém e Israel têm sido palco de uma vaga de violência desde 01 de outubro que resultou na morte de 204 palestinianos, 28 israelitas, dois norte-americanos, um eritreu e um sudanês, segundo uma contagem da agência France Presse.

A maioria dos palestinianos mortos são autores ou suspeitos de ataques.

Em relação aos detidos, o relatório da UNICEF indica que, no final de 2015, “422 menores dos 12 aos 17 anos, entre as quais oito raparigas, estavam detidos em estabelecimentos militares”.

“Trata-se do número mais elevado desde março de 2009”, assinala a agência da ONU, adiantando que o facto da lei israelita autorizar o julgamento das crianças palestinianas a partir dos 12 anos é um caso único no mundo.