Milhares de pessoas responderam no sábado a um apelo do Partido Haitiano Tet Kale (PHTK) e saíram às ruas para pedir a demissão do Presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, por não ter ainda convocado eleições.

Os milhares de manifestantes incendiaram pneus para bloquear ruas na capital do país, Port-au-Prince, segundo noticia a agência de notícias EFE.

O PHTK considera que não está a ser respeitado o acordo político assinado no início de fevereiro pelo ex-Presidente Michel Martelly e pelo parlamento, que previa a celebração da segunda volta das eleições presidenciais a 24 de abril e a entrega do poder ao novo chefe de Estado eleito em maio.

A segunda volta das eleições foi entretanto adiada e Jocelerme Privert anunciou no final de abril que se realizariam em outubro.

O Presidente interino continua à espera da conclusão dos trabalhos de uma comissão de verificação dos resultados da primeira volta das eleições, que foram em outubro de 2015.

Na sexta-feira à noite, Jocelerme Privert pediu a realização de uma sessão extraordinária do parlamento a 13 de junho, véspera do final do seu mandato. Até essa data, a câmara não terá atividade.

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O parlamento terá de decidir sobre o futuro de Jocelerme Privert.

O PHTK considera que ao anunciar a realização das eleições em outubro, Jocelerme Privert pretende perpetuar-se no poder.

O partido convocou para hoje nova marcha de protesto contra Privert.

Estão também convocadas manifestações de apoio ao processo de verificação dos votos pela comissão criada para esse fim.

Esta comissão já causou polémica quando anunciou que só verificará 25% dos votos e não a totalidade.

No final de abril, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon mostrou-se preocupado com os adiamentos sucessivos da segunda volta das eleições presidenciais no Haiti.