Milhares de mulheres manifestaram-se este domingo na Avenida Paulista, ponto central das manifestações de rua na cidade de São Paulo, contra o Presidente brasileiro interino Michel Temer.

O protesto foi convocado nas redes sociais com o nome “Mulheres contra Temer!” e reuniu também representantes do movimento negro, de grupos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) e de movimentos estudantis.

Segundo os organizadores, 10 mil pessoas estavam na manifestação que saiu da Avenida Paulista em direção à Praça Roosevelt, no centro da cidade, cerca das 16h00 (20h00 Lisboa).

No altifalante de um carro de som que acompanhava protesto, os organizadores explicavam as motivações do protesto: “a passeata é pelo amor, não seremos o país do ódio e do machismo”.

Os manifestantes seguravam cartazes com a inscrição “Fora Temer” e gritavam palavras de ordem como “no meu país eu boto fé, porque ele é governado por mulher”, numa alusão à Presidente Dilma Rousseff, que está a ser alvo de um processo de destituição e se encontra suspensa do cargo.

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Além das críticas do Partido dos Trabalhadores (PT) que rejeita o novo Governo, que o PT designa como “golpista”, Temer tem sido contestado por movimentos feministas, porque nenhuma mulher foi escolhida para ocupar um cargo importante no novo Governo.

Michel Temer é, desde quinta-feira, Presidente interino do Brasil depois de Dilma Rousseff ter sido afastada temporariamente pelo Senado (câmara alta do parlamento) por um prazo máximo 180 dias, por suspeitas de irregularidades orçamentais, com despesas não autorizadas.

Durante este período, o Senado irá julgar Dilma Rousseff num processo presidido por um juiz do Supremo Tribunal de Federal (STF), mas a chefe de Estado só será afastada definitivamente se for condenada por uma maioria de dois terços dos senadores.