Não há volta a dar. O tema principal da conferência de Rui Vitória no final do jogo com o Nacional foi Jorge Jesus. Antes, quando os jornalistas insistiam no tema, Vitória respondia, mas só respondia uma vez, e ponha um ponto final no assunto. Incomodava-o. Tentava desviar-se dele. Agora, não. Mais perguntas viessem, a mais Vitória responderia. Com um certo gozo — mas sem presunção.

Benfica's head coach Rui Vitoria gestures as he celebrates Benfica's 35th Portuguese league title at the end of the Portuguese league football match Benfica vs CD Nacional at Luz stadium in Lisbon on May 15, 2015.  / AFP / PATRICIA DE MELO MOREIRA        (Photo credit should read PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/Getty Images)

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Antes de falar do rival e ex-treinador do Benfica, Rui Vitória destacou a estrutura do clube na hora de distribuir os louros. “É uma alegria imensa ser campeão por este clube. Poder partilhar isto com os jogadores e com o meu presidente. É a vitória de quem trabalhou, arduamente, durante muito tempo”, foi a primeira frase do treinador do Benfica após a conquista do “tri”, o 35.º título benfiquista.

Depois, as perguntas com “rasteira”. Em catadupa. Mas Vitória não escorregou em nenhuma. O bate-boca com Jesus foi acalorado. Com mais vitórias do treinador do Sporting do que do do Benfica dentro das quatro linhas. Mas a vitória maior, teve-a Rui esta tarde. Responder a Jesus agora? “Nós somos diferentes. Eu sou diferente. Na minha lista de prioridades, primeiro estou eu, a minha família, os meus jogadores, o staff do Benfica. E lá para nonagésimo lugar vem o treinador do Sporting, depois de outros ex-colegas meus, das senhoras que nos fazem os pequenos-almoços, de um vendedor de pipocas numa festa onde estive e de um motorista que um dia me levou a Fátima”, disse Vitória sobre Jesus, desprezando-o.

Jesus insistiu nos últimos jogos que o Sporting foi a melhor equipa em Portugal. E voltou a frisá-lo hoje, em Braga. Vitória discorda. E socorre-se da matemática. Uma regra de três simples. “Nós não jogámos contra ninguém. Nós jogámos para nós, pelos nossos adeptos. No final ganhou a melhor equipa, que fomos nós. Nós percebemos o que tínhamos de fazer em cada jogo. E fomos uma grande equipa por isso. Ganhou uma equipa com muitas vitórias, muitos golos marcados. A equipa que soma mais pontos é a equipa que é melhor.”

E terminou, lançando a festa para o Marquês de Pombal: “Agora quero é desfrutar. Vamos caminhar por este cidade e não quero pensar em mais nada.”

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