A próxima reunião da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo (APM), fórum que reúne deputados dos 27 países da região, vai decorrer em fevereiro de 2017 na cidade do Porto com o tema “As migrações e a segurança no Mediterrâneo”.

“A Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo vai reunir pela primeira vez o seu plenário em Portugal e, neste caso, na cidade do Porto”, confirmou o presidente da delegação portuguesa da APM, Renato Sampaio, contactado pela Lusa.

A proposta de receber no Porto o próximo plenário foi apresentada no encontro de fevereiro da Assembleia, tendo a delegação portuguesa defendido ser Portugal “o anfitrião ideal para a reunião, quer pela sua proximidade geográfica e cultural dos países do Sul quer pela sua integração no âmbito da União Europeia e das ligações aos países do Norte da Europa”.

“No âmbito da descentralização e de dar a conhecer o trabalho desenvolvido pela APM, proponho que a Sessão Plenária de fevereiro de 2017 decorra na cidade do Porto, segunda maior cidade portuguesa, que reúne ótimas condições para a sua realização, quer pela facilidade de acesso quer pela existência de infraestruturas de excelência para a sua concretização e ligações ao meio académico”, justifica a delegação numa missiva a que hoje a Lusa teve acesso.

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No documento, endereçado ao secretário-geral da APM, Sergio Piazzi, é também destacada a “importância” de demonstrar “ao Mundo que, ao contrário de outros mares, que separam, o Mediterrâneo é um mar que une”.

A resposta chegou em março à delegação portuguesa, com Sergio Piazzi a afirmar que “o encontro em Portugal será extremamente importante porque também irá coincidir com as eleições para um a nova presidência da assembleia”.

Agendado para os dias 23 e 24 de fevereiro de 2017, o próximo plenário será a 11.ª reunião da APM e terá como tema as migrações e a segurança no Mediterrâneo, o “ponto central da questão dos refugiados que vêm dos países do Sul para o Norte”, explicou Renato Sampaio para quem “os países do Mediterrâneo não podem ficar alheados” desta situação.

“No momento atual, julgo que é demasiadamente importante trazermos para Portugal a discussão deste tema. Julgo que valoriza o papel de Portugal e da própria delegação portuguesa e, ao mesmo tempo, também serve para podermos ter um papel ativo nesta matéria”, assinalou.

O presidente da delegação portuguesa destacou ainda que a iniciativa – que irá juntar cerca de 200 pessoas de 25 países, organizações parceiras e observadores – é também uma forma de “valorizar o papel de Portugal no mundo, não só no plano da própria Assembleia Parlamentar, mas também de promoção da própria cidade e país”.

A Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo é o fórum onde os parlamentos da região se reúnem e operam para atingir objetivos comuns com vista a criar o melhor ambiente político, social e cultural e as melhores condições para os cidadãos do Estados Membros.

A APM é uma organização interestatal regional e tem o estatuto de observador na Assembleia Geral das Nações Unidas.