Pietro Riccio era dono de pizarias em Santa Maria da Feira (Aveiro) e no Vale do Sousa (Porto), mas as despesas começaram a ser superiores às receitas e as dívidas foram-se acumulando: às Finanças, à Segurança Social, à banca, às Estradas de Portugal e até à escola dos filhos. A solução que encontrou para as pagar foi começar a assaltar bancos, com a ajuda de um cúmplice, também italiano. Os assaltantes usavam pistolas de plástico.
O primeiro assalto, segundo conta, esta quarta-feira, o Jornal de Notícias, ocorreu a 24 de fevereiro do ano passado numa sucursal do BPI, em Viana do Castelo. No bolso trouxeram 1.827 euros. Depois desse seguiram-se mais 11 assaltos, em sucursais da Caixa Geral de Depósitos, em diversos pontos, todos na região norte e centro. Ao todo, a dupla conseguiu arrecadar 92 mil euros, até ser travada pela Polícia Judiciária do Porto.
Todos os assaltos foram realizados sem recurso a disparos, até porque a pistola era de brincar, e sem agressões. Os dois assaltantes usavam perucas e adereços como disfarce.
À medida que ia conseguindo dinheiro nestes assaltos, Pietro Riccio foi saldando dívidas: dos cerca de 20 mil euros de dívida por passagens nas ex-scut, terá liquidado 17 mil euros e também pagou algumas das dívidas que tinha ao Estado e à banca. O advogado do empresário confirmou ao JN que o seu cliente pagou grande parte das dívidas: “Já juntámos, ao processo, muitos recibos de pagamento feitos na altura dos assaltos”.
Os dois homens começam a ser julgados no Tribunal de Matosinhos esta quinta-feira.