Jorge Gaspar, presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) comunicou a sua demissão esta quarta-feira, através de um email enviado aos trabalhadores. O pedido de demissão foi entregue ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva, há alguns dias, e já foi aceite.

Confirmo a minha demissão, mas por agora não quero acrescentar mais nada. Falarei mais tarde”, assegurou o ex-presidente do IEFP, em declarações ao Observador.

Contactada, fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social confirmou que o pedido foi apresentado ao ministro e que já foi aceite.

Jorge Gaspar estava no cargo desde dezembro de 2013 e era o único membro da direção do IEFP que ainda se mantinha do tempo do anterior Governo, de Passos Coelho. No email enviado a todos os colaboradores do IEFP, e a que o Observador teve acesso, Jorge Gaspar adianta que cessa funções a 1 de junho, mas não explica os motivos da saída.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Contudo, garante que sempre contou com “o apoio institucional e pessoal de todos os membros dos XIX, XX e XXI governos constitucionais diretamente envolvidos na tutela do IEFP, IP – ministros Pedro Mota Soares e José António Vieira da Silva e secretários de Estado Octávio Oliveira e Miguel Cabrita”. De seguida, reforça os agradecimentos tanto a Mota Soares, o ministro que tutelava o IEFP no Governo de Passos Coelho e que o convidou inicialmente a assumir funções, como a Vieira da Silva, que o reconduziu depois da alteração político governativa que resultou das eleições.

email jorge gaspar

Este foi o email que Jorge Gaspar enviou para todos os colaboradores, às 16h44 desta quarta-feira.

Na primeira semana de janeiro, Vieira da Silva tinha afastado o conselho diretivo do IEFP, bem como os delegados e subdelegados regionais e dois diretores de departamento, num total de 14 dirigentes. Contudo, manteve na altura Jorge Gaspar como presidente da nova direção, nomeada em regime de substituição. Foram substituídos os seus dois vogais, lugares que vieram a ser ocupados por Paulo Feliciano (para a vice-presidência), Catarina Campos e Ana Isabel Coelho (ambas funcionárias da casa, para vogais).

Na altura, o Governo justificou a decisão de renovar os dirigentes do IEFP com a necessidade de “imprimir uma nova orientação à gestão dos serviços”. Ao que o Observador apurou, houve uma conversa entre Jorge Gaspar e o Governo onde o então presidente do IEFP reafirmou a sua vontade de ficar, apesar da mudança da equipa mais próxima. Contudo, à medida que os dirigentes regionais e locais do IEFP foram sendo também eles substituídos, o incómodo de Jorge Gaspar foi crescendo.

Entretanto, a Cresap já abriu concurso para os 14 lugares do IEFP — procedimento este que deverá continuar sem alterações. Há uma semana, segundo informação disponibilizada pela Cresap ao Observador, o perfil do candidato procurado para a nova direção do IEFP já tinha sido definido e enviado para homologação pelo Governo. Dos 14 cargos, estavam apenas em aberto os perfis do delegado e subdelegado regionais do Centro, bem como os dos diretores de departamento. Entretanto, também estes quatro perfis deverão já ter sido enviados para homologação.