António Costa quer garantir que não há dúvidas em relação ao compromisso de Portugal e do PS com o projeto europeu e vem afirmar que apesar de críticos, não se deixa de ser europeu por discordar das orientações da Comissão Europeia. Mas o primeiro-ministro não é o único a assegurar esta mensagem, com vários socialistas de Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, a Mariana Vieira da Silva, secretária de Estado adjunta, a sublinharem que Portugal não vai rasgar os acordos com a Europa.

Vários socialistas de destaque, incluindo o primeiro-ministro, afirmaram ao jornal Público que o PS não se opõe à União Europeia, apesar de ter uma posição crítica em relação às imposições da União Europeia. “Hoje, o sermos europeus é como sermos portugueses. Mas tal como não deixamos de ser portugueses por discordarmos das orientações políticas do Governo português, também não deixamos de ser pró-europeus por discordarmos das orientações da Comissão Europeia”, disse o primeiro-ministro ao jornal diário, acrescentando que “não há dúvidas no PS de que o projeto europeu seja o interesse nacional”.

No mesmo artigo, outras vozes socialistas juntam-se ao líder recém-reeleito do PS para afirmarem a mesma convicção no projeto europeu. Segundo Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, advoga que “o PS não deixará de ser um partido pró-Europa e pró-integração dos países europeus”, mas os socialistas desejam um debate sério sobre o que deve ser a Europa, nomeadamente nos direitos e numa relação que seja de parceiros iguais e em que Portugal seja igual aos outros países”.

Fernando Medina mostra-se crítico da atual fase da integração europeia, afirmando que “até agora o processo de integração identificava-se com o interesse nacional”, mas que isso deixou de ser verdade e “a crise mostra uma Europa fracionada entre Norte e Sul que muitas vezes não assegura o interesse nacional”. No entanto, e mostrando que o debate sobre a Europa no PS está vivo, Mariana Vieira da Silva afirma que “Portugal não vai afrontar a Europa, não vai rasgar os acordos”, mas “procurar contribuir para que ela mude”.

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