A Comissão Europeia aprovou esta segunda-feira a compra da Açoreana Seguros, anteriormente pertencente ao Banif, pela norte-americana Apollo Management, após concluir que a operação não suscita preocupações ao nível da concorrência.

A ‘luz verde’ de Bruxelas ocorre após a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) ter anunciado, a 28 de março, que a Apollo chegou a acordo para comprar a Açoreana Seguros, uma operação “cuja necessidade decorreu do processo de intervenção no Banif”.

Em janeiro, a Apollo foi selecionada para iniciar negociações exclusivas para a compra da Açoreana, deixando de fora as outras duas concorrentes (a Caravela e a Allianz), num processo de venda conduzido pelo Citi, sob a égide da ASF.

A proposta da Apollo não exclui rescisões, no processo de fusão, mas defende que a terem lugar será no âmbito de uma estratégia que se assume como de valorização da companhia e não da sua destruição.

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A 29 de janeiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que o processo de venda da companhia de seguros Açoreana estava em fase de conclusão e que previa a manutenção dos cerca de 700 postos de trabalho.

Segundo o relatório de contas de 2014 da seguradora, divulgado a 31 de dezembro, a Açoreana arrisca perder 40 milhões de euros que tinha investido em ações do Banif no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco e que afetou os acionistas da instituição.

Em 31 de dezembro do ano passado, a Açoreana tinha 7.173.244.609 ações (mais de sete mil milhões de títulos) do Banif, ao preço médio de aquisição de 0,01 euros (um cêntimo), pelo que o valor total ascendia a 71,7 milhões de euros. Esta participação no capital do banco estava, contudo, registada no balanço por um valor inferior ao da aquisição, de 40,887 milhões de euros.

A 20 de dezembro, um domingo ao final da noite, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Naviget. É nesta nova empresa que fica a Açoreana.

A Açoreana teve no primeiro semestre prejuízos de 1,5 milhões de euros (melhor do que os 3,7 milhões de prejuízo de período homólogo de 2014) e era considerada pelo Banif uma “unidade operacional descontinuada”, estando para venda.