O ministro do Planeamento brasileiro, Romero Jucá, informou esta segunda-feira que terça-feira vai suspender o cargo até que o Ministério Público Federal apresente algum parecer sobre os áudios em que ele aparece a falar da Operação Lava Jato.

Segundo o jornal Folha de São Paulo de segunda-feira, em conversas ocorridas em março, Romero Jucá, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sugeriu ao ex-presidente da Transpetro (empresa subsidiária da Petrobrás), Sérgio Machado, que uma “mudança” no governo resultaria num pacto para “estancar a sangria” representada pela Lava Jato.

De acordo com o jornal, os diálogos entre os dois investigados na Operação Lava Jato, gravados de forma oculta, ocorreram semanas antes da votação do pedido de afastamento da Presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

No entanto, Romero Jucá justificou esta segunda-feira que se referia a “estancar a sangria da economia, que está ocorrendo com o país”.

Em declarações aos jornalistas ao final do dia, em Brasília, o governante disse que vai protocolar a ação esta noite no Ministério Público Federal, acrescentando: “Amanhã eu estarei de licença. Até que o Ministério Público se manifeste quanto às condições da minha fala”.

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Enquanto estiver fora, o Ministério será liderado pelo assessor Diogo Oliveira.

“Sou presidente nacional do PMDB [Partido do Movimento Democrático Brasileiro], sou um dos construtores” deste governo, frisou num tom chateado, mostrando-se contra “qualquer manipulação”.

O ministro do Planeamento realçou que “poderia ficar” no cargo, mas prefere “aguardar com tranquilidade” a manifestação “isenta” do Ministério Público Federal.

“Não quero que paire nenhuma dúvida sobre o governo”, afirmou para justificar o seu pedido, reforçando que tem defendido “separar o joio do trigo” na questão da corrupção no país.

“O meu gesto é um exemplo de que nós somos transparentes e nada temos a esconder”, vincou.