Os embaixadores do Brasil receberam um documento do Ministério das Relações Exteriores para “combater ativamente” as acusações de que o processo de destituição de Dilma Rousseff é um “golpe”, notícia esta quarta-feira o jornal Folha de S.Paulo.

O jornal brasileiro transcreve partes do documento, assinado pelo gabinete do ministro das Relações Exteriores, José Serra, em que se lê que “órgãos de imprensa, acadêmicos e membros da sociedade civil, mas também dirigentes de organismos internacionais e representantes de governos, têm-se manifestado, frequentemente de forma imprópria e mal informada, a respeito do […] processo de ‘impeachment’ da presidente Dilma Rousseff”.

Deste modo, os embaixadores são instruídos para responder aos “equívocos cometidos no tratamento de temas da realidade brasileira”.

A circular (documento usado para dar instruções aos funcionários em postos no exterior) também traz algumas respostas que devem ser dadas pelos diplomatas quando forem questionados sobre o processo de destituição de Dilma Rousseff.

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“A Presidente [Dilma Rousseff] foi acusada de haver violado regras orçamentárias mediante a abertura de créditos suplementares sem prévia autorização legislativa […] Trata-se de hipótese inconteste de aplicação do rito do impeachment, nos termos da Constituição”, indica o texto como uma das respostas padrão.

No seu primeiro discurso como ministro das Relações Exteriores, Serra criticou a política externa da gestão anterior, que considerou ligada a interesses partidários e não aos interesses do país.

José Serra tomou posse no passado dia 12, depois de Dilma Rousseff ter sido suspensa do cargo por até 180 dias para responder a acusações relacionadas com crimes fiscais.

A agência Lusa solicitou ao Itamaraty um comentário à notícia da Folha de S.Paulo, mas ninguém se disponibilizou para o fazer.