O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou que a reposição das 35 horas de trabalho é a “única solução”, referindo que se tratou de um compromisso assumido no acordo com o PS.

“Em relação à reposição das 35 horas que tanto os preocupa, ela resulta do compromisso assumido no âmbito da ‘Posição conjunta do PS e do PCP sobre solução política’ e não vemos outra solução senão a sua efetivação”, disse, durante uma ação que decorreu no Seixal.

Jerónimo de Sousa referiu ainda que foi feita uma campanha ampla para inviabilizar a reposição das 35 horas semanais na Administração Pública.

“Só faltava vir o BCE meter também a colher em assunto que não lhe diz respeito, como aconteceu esta semana pela mão de um dos membros do seu Conselho Executivo de visita a Portugal”, salientou.

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O secretário-geral do PCP defendeu que a reposição deve ser concretizada no próximo dia 1 de julho para todos os trabalhadores da Administração Pública, repondo o horário que vigorava e que o “governo do PSD/CDS abusivamente alterou”.

“Uma justa exigência que tudo faremos para ver alargada a todos os trabalhadores do sector privado, como é objeto também de uma proposta do PCP entregue na Assembleia da República e que consagra a universalidade das 35 horas como jornada semanal de trabalho”, disse.

Jerónimo de Sousa mostrou-se também satisfeito pela reposição dos feriados.

“Vai cumprir-se o primeiro feriado do conjunto dos quatro feriados obrigatórios retirados pelo anterior governo do PSD/CDS. É para assinalar esse facto que aqui estamos, saudando esta vitória e realçar que valeu e vale a pena lutar”, frisou, referindo-se ao feriado do Corpo de Deus, que se assinala na quinta-feira.

O líder do PCP alertou, contudo, que não se pode “descansar nas vitórias alcançadas”, considerando que cada passo dado de “recuperação e conquista precisa de ser consolidado e assegurado com a força e a unidade dos trabalhadores e do povo, e da sua luta”.

Em relação às medidas do governo liderado por António Costa, apoiado pelo PCP, Jerónimo de Sousa referiu que já se sentem vantagens, mas que era possível ir mais longe.

“Sabemos que os resultados ainda estão aquém do que é necessário e era possível, tal como sabemos que as opções do governo do PS não integram a solução de fundo que, a nosso ver, o país precisa para enfrentar os graves problemas com que está confrontado, nomeadamente para responder às necessidades de crescimento económico e do emprego, mas não subestimamos, nem desprezamos os avanços já conseguidos”, concluiu.