Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Política / PSD Seguir Os 17 erros capitais de António Costa, segundo Passos Passos Coelho traçou um cenário muito negro dos primeiros seis meses de governação socialista: questiona os números do Governo, critica as políticas e fala em declínio da democracia portuguesa. Miguel Santos Carrapatoso Texto 25 Mai 2016, 18:32 686 i ▲Passos Coelho diz que o país está a ser conduzido para o declínio social, económico e político Leonardo Negro / Global Imagens ▲Passos Coelho diz que o país está a ser conduzido para o declínio social, económico e político Leonardo Negro / Global Imagens Pedro Passos Coelho fez esta quarta-feira um balanço dos seis primeiros meses de Governo socialista. E as palavras que usou não foram meigas: António Costa está a conduzir o país “ao declínio social, económico e político”, através de uma política assente no “taticismo” e na “manipulação intelectual”. As “condições democráticas” da vida política portuguesa, diz Passos, estão comprometidas.“O taticismo e a manipulação intelectual que o Governo tem vindo a fazer estão a ir longe demais e estão a deixar sequelas”, começou por dizer o presidente do PSD, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa. “Com a bandeira do diálogo e da concertação numa mão, o Governo usou a outra para calar os críticos e mascarar a realidade. No Parlamento, a arquitetura engendrada pela maioria resulta sistematicamente no chumbo de propostas apresentadas pelo PSD, e também pelo CDS”. Mas Passos foi mais longe. “O diálogo não é mais do que uma fachada, porque este é um Governo que capitula perante todas e quaisquer exigências das forças sindicais. Tem sido um Governo refém dos seus próprios acordos, nestes seis meses”, atirou o ex-primeiro-ministro.A “deterioração da democracia” portuguesa foi, de resto, um dos pontos fortes do discurso de Passos. António Costa, diz o líder laranja, “optou conscientemente por uma linha de retrocesso democrático que está a conduzir Portugal para o declínio social e económico e também para o declínio político”. E, no futuro, terá de ser responsabilizado por isso, reiterou o presidente do PSD.Os 17 erros capitais de António Costa, segundo PassosÀ medida que ia trançando um cenário negro dos primeiros seis meses de governação socialista, Pedro Passos Coelho ia apontado aquilo que considera ser as principais falhas do atual Executivo. À cabeça, a deterioração dos principais indicadores económicos: o parco crescimento económico do país, a queda do investimento privado, a redução das exportações, a deterioração do saldo externo do país, a destruição de 62 mil postos de trabalho entre o final de 2015 e o primeiro trimestre de 2016 e o aumento das taxas de juro das obrigações portuguesas, que, reiterou Passos, deixaram o país “mais perto daqueles de quem se pretendia distanciar, como é o caso da Grécia”.E vão seis erros capitais. Mas as críticas de Passos estenderam-se a outros aspetos da vida política portuguesa. O ex-primeiro-ministro começou por questionar as reversões feitas nos transportes urbanos de Lisboa e do Porto, “onde se permanecerá na instabilidade gerada pelo abuso no exercício do direito à greve e se regressará às necessidades de dispêndio público exagerado”.Depois a privatização da TAP. Por “capricho político”, diz Passos, o atual Governo atirou “pela janela” os esforços de “20 anos” para resolver o problema da companhia área. O ex-primeiro-ministro criticou também as alterações da Lei do Arrendamento, a reestruturação do setor das águas e a reposição dos feriados que, aliada a uma política de devolução de rendimentos que o líder social-democrata considera errada, vai colocar em risco “a evolução da produtividade” e da “competitividade” na economia”. E vão 11 erros capitais. Além destes, Passos voltou à carga nas críticas à contrarreforma do IRC, que põe “em causa as expectativas dos investidores”, a “desastrada reposição das 35 horas” e a “subversão dos mecanismos de seleção e recrutamento dos dirigentes da Administração Pública” — o PSD tem acusado o Governo de António Costa de encher a Administração Pública de boys socialistas. “O fim anunciado dos programas Descentralizar e Aproximar, com os quais se procurou responder a uma nova fase da reforma do Estado e da relação com as autarquias e os cidadãos, suscita incerteza e gera desconfiança para o futuro”, constitui o 15º erro capital de António Costa, segundo Pedro Passos Coelho. O ex-primeiro-ministro não esqueceu as reversões feitas na Educação e na Saúde, também elas parte de processo de “retrocesso democrático grave” que não se via “há mais de 30 anos”.Por último, a deterioração da relação com Europa. “Estes seis meses”, considera Passos, “serviram para recolocar Portugal no radar da desconfiança dos investidores e no palco das reprimendas europeias”, atirou o presidente social-democrata, fechando as contas aos 17 erros capitais do Governo de Costa.A terminar, Passos foi perentório: “As escolhas que o Governo tem à sua disposição responsabilizam-no totalmente e os resultados do futuro dependerão da capacidade para reconhecer os erros hoje cometidos.”