Estávamos a 17 de dezembro de 2015 quando José Mourinho foi despedido (outra vez) do Chelsea. O Special One, o mesmo que tinha sido eleito o melhor técnico em 2011 pela FIFA, levou o clube londrino a sair da corrida da Football League Cup e a conquistar apenas quinze pontos em dezasseis jogos. Desde então, estivemos à espera do clube que acolherá o técnico português com 53 anos de idade e 36 de carreira. Revisitamos as melhores citações do treinador natural de Setúbal – sim, mesmo aquelas traduções à letra de expressões portuguesas para inglês. Temos 30 para recordar aqui em baixo.

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“Por favor, não me chamem arrogante só porque digo a verdade. Mas eu sou campeão europeu e penso que sou especial”, em 2004 na primeira conferência de imprensa enquanto treinador do Chelsea. A partir daqui começou a ser chamado de Special One.

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“Também cortei o cabelo para influenciar os jovens, que estão no Chelsea e na equipa de reservas, a terem um cabelo mais apropriado, sem rastas e outros penteados que eles apresentam”, em 2006 depois de ter cortado o cabelo para uma entrevista ao The New York Times.

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“Às vezes, vemos pessoas bonitas sem cérebro. Outras vezes, encontramos pessoas feias que são inteligentes. Como os cientistas. O meu campo é igual. É um pouco assim. Vistos de cima são uma desgraça, mas a bola rola a uma velocidade normal”, em 2006 depois de suspeitas de que o Chelsea tinha atrasado deliberadamente a recolocação da relva no estádio para depois do jogo com o Barcelona.

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“Isto é omeletes e ovos. Sem ovos, não há omeletes! Isto depende da qualidade dos ovos. No supermercado há ovos de classe um, de classe dois ou de classe três. Alguns são mais caros que outros e alguns fazem melhores omeletes. Quando os ovos de classe um estão no Waitrose e não podes ir lá, então tens um problema”, em 2007 sobre a falta de dinheiro para melhorar a equipa do Chelsea.

5

“Eu acho que ele é uma daquelas pessoas que é um voyeur. Ele gosta de observar as outras pessoas. Há uns homens que, quando estão em casa, têm um grande telescópio para ver o que acontece nas outras famílias. Ele fala, fala, fala sobre o Chelsea”, em 2005 sobre o rival Arsene Wenger, treinador do Arsenal.

6

“Os jogadores jovens são como os melões. Só quando abres e provas os melões é que tens 100% de certeza sobre se o melão é bom. Uma coisa é futebol jovem, outra é futebol profissional. A ponte é difícil de passar e eles têm de jogar e treinar connosco para saborearmos o melão”, em 2007 numa conferência de imprensa sobre os gastos na defesa na Premier League.

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“É como ter uma manta que é demasiado pequena. Puxas a manta para cima para manter o peito quente, mas os pés ficam de fora. Eu não posso comprar uma manta maior porque o supermercado está fechado. Mas pelo menos a manta é feita de caxemira”, em 2007 durante uma crise no Chelsea em que vários jogadores sofreram lesões.

8

“Para mim, pressão é a gripe das aves. Sinto muita pressão por causa da situação na Escócia. Não tem piada e estou mais assustado com isso do que com o futebol. O que é o futebol comparado com a vida?”, em 2006 sobre estar preocupado sobre a disputa com o Manchester United pelo título.

9

“Se fizessem um filme sobre a minha vida, acho que deviam por o George Clooney a interpretar-me. Ele é um ator fantástico e a minha mulher também acha que ele seria perfeito”, em 2006 durante uma entrevista aos meios de comunicação britânicos.

10

“Só tive um problema com o Cristano, muito simples, muito básico e foi de um aspeto tático que reparei. Disse-lhe que melhorasse. E na altura ele não levou muito a bem porque talvez pensa que sabe tudo e que o treinador não consegue ajudá-lo a desenvolver mais”, em 2013 durante uma entrevista ao Punto Pelota.

11

“No meu país nós dizemos: The dogs bark and the caravan goes by, em 2015 em resposta aos críticos que disseram que a equipa do Chelsea não foi a melhor da Liga Inglesa. Foi uma alusão ao ditado “os cães ladram e a caravana passa” que, afinal, existe mesmo em inglês: The dogs bark but the caravan goes on.

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“Não importa a forma como jogamos. Se tu tens um Ferrari e eu tenho um carro pequeno, para te derrotar numa corrida tenho de te furar um pneu. Ou então pôr açúcar no depósito do combustível”, em 2010 quando foi criticado pelas suas táticas de jogo (defensivas) no Inter de Milão.

13

“Não diria que sou o melhor treinador que existe, mas estou no topo. Adoro essa frase”, em 2015 em entrevista à Sky News recordando uma frase do treinador Brian Clough, no ano em que se lançou um livro sobre o técnico.

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“Estou preparado. Quanto maior a pressão, mais forte sou. Em Portugal dizemos que quanto maior for o barco, maior a tempestade. Por sorte sempre estive em grandes barcos. Agora estou no Real, que é considerado o maior barco do planeta”, em 2010 numa entrevista ao El Mundo sobre a chegada ao Real Madrid.

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“Se eu quisesse um trabalho simples teria ficado em Portugal. Lá temos belas cadeiras azuis, a Champions League, Deus e depois, logo a seguir a Deus, eu”, em 2004 na primeira conferência de imprensa como técnico do Chelsea.

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“Quando perdermos será feriado nacional”, em 2005 depois de sessenta e quatro jogos sem perder.

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“Eu sou a nona pessoa mais importante do mundo, à frente do Obama? Em que lugar está a minha mulher? Tem que estar pelo menos em oitavo. Eu nem em minha casa mando”, 2011 quando ainda estava no Real Madrid.

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“Só respondi que, se ele não me compreendia, tinha que fazer um teste de QI”, 2005 no Chelsea quando deixou Ricardo Carvalho no banco.

19

“Londres voltou a ser uma cidade tranquila, agora que a grande ameaça está longe”, em 2007 quando o seu cão foi reenviado para Portugal por não ter as vacinas em dia.

20

“Se tens um Bentley e um Aston Martin em casa, se sais sempre só com o Bentley e deixas sempre o Aston Martin na garagem, só podes ser um pouco estúpido”, em 2004 sobre os jogadores que utilizava na sua primeira passagem pelo Chelsea.

21

“Penso que posso utilizar os meus contactos com a comunicação social para poder condicionar determinados pensamentos”, em 2003 numa entrevista ao Público sobre a possibilidade de ser um criador de opinião pública.

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“Eu não sou um provocador. Sou um trabalhador que trabalha muito, muito, muito, e como todos os que trabalham comigo trabalham muito, muito, muito, queremos respeito. Se temos respeito, perfeito. Se não, devo defender o meu grupo. Mas não sou um provocador”, em 2010 durante uma conferência de imprensa.

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“Não preciso de dinheiro, nem de títulos, nem de prestígio. Não preciso de provar nada, só preciso de dar satisfação a mim próprio. Não preciso do Real para chegar a nível nenhum”, em 2010 numa entrevista à TVI.

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“Sou um português que não quer regressar. Não quero trabalhar em nenhum clube português, não quero viver em Portugal. Mas sou um português que gostava de fazer algo importante pelo país com as minhas capacidades”, em 2010 numa entrevista ao El País.

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“Medo, entre aspas, só de Deus. Sou um católico profundo, creio muito. Creio no Seu poder e da Sua justiça. Se tiver tranquilidade, saúde e alegria de viver, não tenho medo de mais nada”, em 2011 numa entrevista para o Real Madrid TV.

26

“Não metemos um autocarro à frente da baliza, metemos um Airbus 340 e com as asas abertas”, em 2010 para a Marca, sobre a tática utilizada no Barcelona vs. Inter de Milão nas meias-finais da Liga dos Campeões.

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“Mesmo quem não perceba muito de futebol deve ter constatado que não fomos agressivos sobre a bola. Não mostrámos atitude. Sofremos golos estúpidos e ridículos. O resultado é inteiramente culpa nossa. Tenho de ficar calado e a imprensa pode usar todos os adjetivos que quiser, que eu terei de aceitá-los”, na conferência de imprensa depois da 19º jornada do campeonato italiano que terminou com uma derrota de 1-3 com o Atalanta.

28

“É so um golo. Tenham calma. Vamos comê-los em Atenas”, em 2003 após a derrota frente ao Panathinaikos em casa do Futebol Clube do Porto.

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“Se vocês não falam com o meu adjunto, eu também só falo com os vossos diretores”, em 2011 dirigindo-se aos jornalistas que dias antes tinham abandonado a conferência de imprensa de antevisão do Real Madrid vs. Barcelona e na qual Mourinho, sentado ao lado do adjunto Aitor Karanka, ficou calado. Na conferência seguinte, à medida que os jornalistas se identificavam e faziam perguntas, Mourinho dava esta resposta. Só respondeu aos jornalistas que se mantiveram na sala na conferência de imprensa anterior.

30

“Como é que se diz batota em catalão? Barcelona é uma cidade cultural, com mutos teatros grandiosos e este rapaz aprendeu bem. Aprendeu a ser ator”, em 2005 sobre Messi, dizendo que o argentino foi o culpado por Del Horno ter sido expulso num jogo da Champions.