A Grécia avisou os credores europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) de que não será possível aplicar algumas das medidas adicionais que os credores exigem e que ficaram acordadas na reunião do Eurogrupo da semana passada. A confirmar-se este volte-face, o acordo obtido pelos credores para dar luz verde à primeira avaliação poderá cair por terra ou, pelo menos, atrasar-se.

Segundo a Reuters, que cita uma carta enviada aos credores ainda durante a última semana, o ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, afirmou que algumas das exigências adicionais não poderão ser cumpridas. Uma das fontes citadas pela agência internacional indica que em causa está a reforma do sistema de pensões, mas não só.

Os credores europeus e o FMI autorizaram o desembolso de 10,3 mil milhões de euros, de forma faseada, na condição de o governo liderado por Alexis Tsipras avançar com novas alterações legislativas nos campos das pensões, privatizações e setor financeiro. Mas poderá não haver condições para a aprovação parlamentar de algumas medidas, segundo se pode ler numa carta que terá sido enviada ao Comissário Europeu Pierre Moscovici, a Poul Thomsen, do FMI, e a Benoît Coeuré, do Banco Central Europeu.

“Não podemos fazer grandes mudanças. Mas vamos continuar com as emendas técnicas que foram discutidas. Algumas destas estão bem”, disse uma fonte do governo à Reuters. À falta de uma confirmação clara, a agência noticiosa mantém cautelas sobre se o acordo estará mesmo em causa e se a Grécia poderá, afinal, não receber os 10,3 mil milhões de euros para já.

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