O Instituto Nacional de Estatística reviu hoje em alta o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano em uma décima, tendo afinal crescido 0,2% face ao último trimestre do ano, ou 0,9% quando comparado com o mesmo trimestre de 2015, ao mesmo ritmo a que havia crescido nos últimos três meses do ano passado.

A revisão face aos números publicados no passado dia 13 é explicada com a incorporação de nova informação sobre a evolução de vários setores, como das estatísticas mais recentes sobre a evolução do comércio internacional, explica o INE no destaque sobre as contas nacionais trimestrais hoje publicadas.

revisões ao PIB

O baixo crescimento da economia na parte inicial do ano deve-se ao fraco desempenho do investimento, que o ministro das Finanças tem sublinhado como um dos motores fundamentais para que a economia cresça tanto como espera o Governo (1,8%), e das exportações.

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O investimento terá mesmo caído 0,6% face ao primeiro trimestre do ano passado, altura em que estava a crescer a um ritmo de 4,4%, devido a uma queda do investimento na construção e em outras máquinas e equipamento. Esta é a primeira vez que o investimento cai desde o segundo trimestre de 2013, depois de 10 trimestres consecutivo a subir.

A diminuição do ritmo de crescimento das exportações, em especial no caso dos serviços, também impediu a economia de crescer mais robustamente no primeiro trimestre do ano. As exportações de bens também cresceram menos, mas a diferença foi menor face ao trimestre anterior, passando de 2,8% para 2,6%. O turismo continua a resistir e a crescer, mesmo quando as restantes componentes estão a cair.

Já o consumo privado continua a crescer e a sustentar o pouco crescimento da economia, passando de um crescimento de 2,3% para 2,9%, com um evidente crescimento da compra de bens duradouros, que passou de um crescimento de 7,5% para 12,8%. O crescimento da compra de bens duradouros será sobretudo compra de novos automóveis pelos portugueses, diz o INE, um setor que continua a recuperar depois de quedas profundas durante os anos em que a crise foi mais profunda.

Os gastos com bens não duradouros registaram um crescimento mais ligeiro, apenas uma décima para os 2%, mas tradicionalmente não sofrem alterações significativas.

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