O deputado do CDS-PP no parlamento madeirense e na Assembleia Municipal do Funchal Lino Abreu, esta quarta-feira condenado pelo Tribunal da Comarca da Madeira pelo crime de corrupção passiva, anunciou ter pedido a suspensão dos mandatos.

“Decidi pedir hoje a suspensão dos mandatos após ter tomado conhecimento da sentença judicial que me imputa um crime relacionado com a minha atividade de gestor privado”, diz Lino Abreu, numa nota enviada à agência Lusa.

A Instância Central da Comarca da Madeira condenou esta quarta-feira o deputado, enquanto gestor empresarial, a dois anos e meio de prisão efetiva pela prática do crime de corrupção passiva para ato ilícito.

Idêntica pena foi aplicada aos outros dois arguidos implicados no processo de insolvência de uma sociedade com sede na Zona Franca Industrial da Madeira, no Caniçal, no concelho de Machico, a Faconser – Fábrica de Conservas da Madeira.

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“Pese embora o facto de a decisão judicial conhecida esta quarta-feira não ter qualquer relação com a minha atividade de deputado e político, decidi suspender os dois mandatos para não prejudicar o partido que me elegeu, o CDS, e por estar consciente da minha inocência e acreditar que os recursos judiciais que apresentarei nas instâncias superiores me darão razão”, acrescenta Lino Abreu.

O coletivo de juízes explicou que a pena é “adequada” e visava também ser um exemplo para a sociedade no combate à corrupção, mas o advogado de Lino Abreu vai recorrer da sentença.

Na nota enviada à Lusa, o deputado conclui ter já dado conhecimento desta decisão ao presidente dos centristas madeirenses, António Lopes da Fonseca, e ao líder parlamentar do partido na Assembleia da Madeira, Rui Barreto.

Num outro comunicado enviado à Lusa, António Lopes da Fonseca afirma-se “publicamente solidário com a posição assumida pelo secretário-geral do CDS/Madeira, Lino Abreu, de suspender os mandatos”, na sequência desta decisão judicial.

O líder do partido na região destaca a “elevação” com que Lino Abreu “lidou com a situação, colocando o partido e os interesses das populações da Madeira acima de qualquer interesse pessoal”, embora a condenação judicial não tenha “qualquer relação com a prática política ou partidária do deputado, mas com a atividade de gestor privado”.

No documento, Lopes da Fonseca salienta que a direção do partido no arquipélago “não se imiscui nas decisões judiciais” e declara que “continua a acreditar que enquanto gestor Lino Abreu agiu de boa-fé”.

O responsável expressa “publicamente total confiança e solidariedade” para com Lino Abreu.