Usar larvas de mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) para testar tóxicos ambientais que afetem o sistema nervoso ou para identificar doenças neurodegenerativas é a proposta da equipa vencedora do 24º Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores, desenvolvido pela Fundação da Juventude desde 1992.

Usar casaca de banana para reduzir os níveis de níquel nos rios ou combater a osteoporose e o raquitismo com casca de ovo são outras das propostas premiadas e que fizeram parte das 100 apresentadas na X Mostra Nacional de Ciência, que decorreu nos últimos três dias no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa.

1º prémio: 1.250 €. “Neuro Teste”

Beatriz Gomes, Mariana Garcia e Paulo Castro são alunos da Escola Secundária de Arouca e apresentaram o “Neuro Teste” que “permite testar, em larga escala, a custos relativamente baixos e in vivo, um elevado número de compostos farmacológicos”. O teste mostrou-se “fiável e de elevada sensibilidade” e baseou-se em “ferramentas informáticas gratuitas”.

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2º prémio ex-aequo: 1.000 €. “Casca de banana” e “casca de ovo”

Acaba de almoçar, descasca uma banana e deita a casca no lixo. O que Ana Lúcia Silva, Gustavo Carvalho e Joana Cabaço, da Escola Secundária da Azambuja, quiseram demonstrar foi que este resíduo doméstico, aparentemente sem qualquer valor, pode ser usados para resolver um problema ambiental: “diminuir a concentração de corantes catiónicos e de metais pesados nos efluentes industriais”.

E se um resíduo alimentar sem qualquer importância num país desenvolvido for um recurso valorizável num país em desenvolvimento? A casca do ovo pode ser aproveitada como um suplemento rico em cálcio, especialmente nos ovos de galinhas criadas ao ar livre, e pode ser usado no combate a doenças, como o raquitismo e a osteoporose. Esta foi a proposta de Henrique Gonçalves, Margarida Sousa e Nelya Kril, da Escola Secundária da Azambuja.

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3º prémio: 750 €. “When memory flies away”

Os mentores deste projeto brincaram como a palavra inglesa “flies” para se referirem à memória que “voa” e às “moscas” usadas neste projeto. O que Carlota Andrade, Daniela Soares e Vasco Pereira, da Escola Secundária Júlio Dinis (Ovar), testaram foi se o Omeprazol – um medicamento usado contra as úlceras – afetava a memória. O teste foi efetuado em moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster) e os “resultados obtidos demonstram possíveis efeitos de letargia ou confusão induzidos pelo consumo deste fármaco”.

4º prémio: 600 €. “Turismo Matemático”

“Este trabalho pretende divulgar uma forma diferente de fazer turismo, o turismo matemático”, declaram os autores no resumo do projeto. “Não só se sugere locais a visitar, mas apresentam-se os motivos matemáticos associados a essa mesma visita. É uma forma diferente de conhecer e valorizar o nosso legado histórico-cultural e acima de tudo de humanizar e reconhecer a importância cultural da própria matemática”, escreveram Francisco Lopes, João Soares e Tiago Soares, da Escola Básica e Secundária de Pinheiro, Termas de S. Vicente.

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5º prémio: 400 €. “Geodiversidade no Juncal”

O “Roteiro Geológico e Paleontológico no Sinclinal de Alpedriz-Porto Carro” foi criado por António Mateus, Daniela Monteiro e João Rodrigues, do Instituto Educativo do Juncal, Porto de Mós. “Concluímos que a região do Juncal apresenta elevado interesse do ponto vista geológico, paleontológico e económico”, escreveram os autores no resumo.

O concurso tem como objetivo “promover os ideais da cooperação e do intercâmbio entre jovens cientistas e investigadores e estimular o aparecimento de jovens talentos nas áreas da Ciência, Tecnologia, Investigação e Inovação”. Pode conhecer os restantes projetos aqui.