O espetáculo, da autoria da coreógrafa Nélia Pinheiro e que tem como cocriadores Gonçalo Andrade e Fábio Blanco, é estreado hoje, sexta-feira, às 21k30, no centenário Teatro Garcia de Resende, em Évora, voltando a subir ao mesmo palco no sábado, à mesma hora.

A obra coreográfica, segundo a Companhia de Dança Contemporânea de Évora (CDCE), “reúne um grupo de criativos oriundos de diferentes disciplinas artísticas” e reflete sobre o conceito de contemporaneidade.

“A relação entre imagem e realidade, a fragmentação do espaço e do tempo como padrão de relevância nas vidas virtuais que desenvolvemos cada vez mais” e “o aumento da globalização” são temas que inspiraram a coreógrafa e diretora do espetáculo, referiu a companhia.

A coreografia, continuou, foi pensada como “um processo de pesquisa contínuo”, baseando-se no desenvolvimento das diferentes tipologias de materiais de cada meio envolvido, como “movement research”, som, imagens e vídeo.

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“IN-SHELL-SIDE”, de acordo com a CDCE, representa “uma tentativa de tornar visíveis elementos, mais que desenhar um produto”.

“O que não se diz exprime-se em posturas corporais que revelam linhas de força, que falam a linguagem do não verbalizável e se constituem em emblemas de significação. No repertório do corpo e do gesto contemporâneo, os intérpretes desenham movimentos numa relação com o vídeo, luz e som”, pode ler-se na sinopse do espetáculo enviada à agência Lusa.

O trabalho corporal dos três bailarinos que vão estar em palco, Nélia Pinheiro, Gonçalo Andrade e Fábio Blanco, recorre a três visualizações do corpo humano.

“O corpo composto de carne e ossos, o corpo pensante” com “as suas posturas básicas, as suas capacidades de movimento, as suas articulações, as suas decisões”, e “o corpo representado”, ou seja, “como um ícone, uma imagem, um símbolo, um ideal na nossa sociedade, o corpo exposto, como um objeto”, resumiu a companhia de dança.

Nesta criação, a atitude performativa dos intérpretes baseia-se “numa constante viagem de avanços e retrocessos entre o corpo pensante e o corpo representativo, num despertar das decisões do corpo e mecanismos, assim como a sua projeção para o exterior”.

Os figurinos são da autoria de José António Tenente, a composição musical é “assinada” por Gonçalo Andrade e a cenografia é da artista plástica Inês Teles.

O espetáculo, produzido pela CDCE, com apoio da Escola de Dança do Conservatório Nacional, dura aproximadamente uma hora.