O Governo cabo-verdiano nomeou novas chefias para vários institutos e organismos do Estado e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, assegurou que as mudanças vão continuar, para garantir “uma máquina pública eficiente”.

As alterações na gestão de três institutos, na direção da Polícia Nacional e nas chefias intermédias de alguns ministérios foram publicadas no Boletim Oficial de quinta-feira.

As alterações estão a ser encaradas por alguns quadrantes como uma “caça às bruxas” a dirigentes reconhecidamente ligados ao agora maior partido da oposição, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) para os substituir por pessoas ligadas ao Movimento para a Democracia (MpD).

A vaga de mudanças acontece menos de dois meses depois da tomada de posse do novo Governo do MpD e menos de 10 dias depois da aprovação no Parlamento da moção de confiança, que possibilita a entrada plena em funções do novo Executivo.

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Questionando pelos jornalistas, Ulisses Correia e Silva rejeitou a ideia de perseguição e assegurou que haverá mais mudanças.

“Estamos a governar e a nossa preocupação é ter uma máquina pública eficaz e eficiente, pessoas com capacidade de trabalho, de liderança de direção e focadas no serviço público. Não preciso saber de que partido é”, disse o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva rejeitou ainda a ideia de que os nomeados sejam sobretudo pessoas próximas do MpD e garantiu que as mudanças resultam de avaliações feitas à forma como os serviços estavam a funcionar.

“Vai haver mais mudanças. O próprio primeiro-ministro que saiu [José Maria Neves] disse que a administração pública tinha um problema de ineficácia, de ineficiência”, disse.

“É um problema que temos que resolver a nível de estrutura, mas também a nível da escolha das pessoas que nos deem garantia de boa gestão”, acrescentou.

Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), Instituo do Património Cultural (IPC), Instituto de Estradas (IE) e Polícia Nacional e Casa do Cidadão são algumas instituições do Estado onde o Governo mudou os titulares.

O Governo tinha já substituído o conselho de Administração da empresa de Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV).