O histórico socialista Manuel Alegre não concorda com a ideia, por vezes veiculada, de que o seu partido estará sequestrado pelos acordos à esquerda. Em declarações ao jornal i em vésperas do congresso do PS, Alegre diz que “o PS estaria sequestrado, isso sim, se depois de tudo o que se passou fizesse uma aliança com o PSD ou com a direita”.

No dia em que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que António Costa não está assim tão longe de Passos Coelho, em termos de programa, Manuel Alegre vê divergências muito maiores.

Manuel Alegre diz que os acordos com os partidos da esquerda representam “uma mudança muito grande” na política portuguesa. Porquê? Porque “trouxe de novo centralidade ao parlamento e permitiu que houvesse um leque mais vasto de soluções de governo, porque até aí a democracia estava mutilada. Ou havia uma coligação de direita ou havia um governo minoritário do PS ou havia um PS aliado à direita, e havia uma parte do eleitorado que estava fora”.

O socialista defende que esse estado de coisas era “o seguro de vida da direita” e lembra que ele próprio teve um papel decisivo na aproximação do PS à esquerda. “Houve duas pessoas que na noite das eleições falaram na necessidade de uma convergência: uma foi o Jerónimo de Sousa e a outra fui eu”, lembra Manuel Alegre, ao i.

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