As receitas fiscais angolanas com a exportação de diamantes caíram 26,6% em abril, face ao mesmo mês de 2015, cifrando-se em 4,7 milhões de euros, sobre vendas totais que atingiram quase 700 mil quilates.

De acordo com um relatório do Ministério das Finanças angolano sobre a arrecadação de receita com a venda de diamantes, relativo ao mês de abril, o país vendeu em média cada quilate por 120,95 dólares, uma subida face aos 119,73 dólares de março, mas longe dos 291,3 dólares de abril de 2015.

Em todo o mês de abril passado, Angola vendeu 698.086 quilates, contra os 667.544 quilates de diamantes que exportou no mês anterior, mas menos que os 723.863 quilates vendidos em abril de 2015, segundo dados da Administração Geral Tributária compilados hoje pela Lusa.

Em abril de 2015, a venda de diamantes ultrapassou os 99 milhões de dólares (88,7 milhões de euros), tendo descido no mesmo mês deste ano para 84,4 milhões de dólares (75,6 milhões de euros), o que também representou uma ligeira subida (1,6%) face às vendas de março deste ano.

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As vendas de diamantes no quarto mês de 2016 representaram receitas fiscais ordinárias para o Estado angolano no valor de 869,2 milhões de kwanzas (4,7 milhões de euros), quando um ano antes cifraram-se nos 1.184,6 milhões de kwanzas (6,4 milhões de euros), uma descida explicada pela quebra na cotação internacional da pedra preciosa.

O presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), Carlos Sumbula, disse em janeiro passado que os países produtores diamantíferos pretendem reduzir a quantidade de pedras preciosas no mercado para travar a quebra nos preços.

Depois do petróleo, os diamantes são o principal produto de exportação de Angola.

Entre outros projetos, a Endiama já anunciou que a primeira fase de produção da nova mina de diamantes do Luaxe, no interior norte de Angola, “o maior kimberlito” descoberto no país e que poderá duplicar a produção nacional, arranca “nos primeiros meses de 2018”.

Juntamente com os restantes parceiros do contrato de investimento mineiro do Luaxe, a Endiama e os russos da Alrosa preveem investir mil milhões de dólares (895 milhões de euros) naquela concessão, que poderá garantir uma produção anual de cerca de dez milhões de quilates.

A mina de Luaxe deverá representar reservas à volta de 350 milhões de quilates e conta com uma previsão de exploração de mais de 30 anos.