O Karl já era um dos modelos mais evoluídos, dotados e espaçosos do seu segmento. Agora, cerca de um ano volvido sobre o seu lançamento em Portugal, o citadino da Opel passa a ser, também, um dos poucos desta classe a ser proposto numa versão FlexFuel de “origem”, isto é, capaz de funcionar tanto a gasolina como a GPL (gás de petróleo liquefeito). E com a vantagem de possuir um equipamento de gás (depósito e sistema de injecção) totalmente instalado na fábrica, oferecendo por isso as mesmas garantias que qualquer outro membro da sua gama.

Apesar de ser a décima proposta da Opel deste género, neste caso, o desafio dos técnicos de Rüsselsheim consistiu em adaptar ao GPL, e às suas superiores temperaturas de combustão, um motor a gasolina relativamente pequeno, com três cilindros e não mais do que 999 cc – o que foi alcançado com relativa facilidade, dado que esta unidade totalmente em alumínio já foi projectada a pensar nessa possibilidade. Com duas unidades de gestão electrónica independentes (uma para cada tipo de combustível), o motor do novo Karl FlexFuel disponibiliza 73 cv de potência (menos 2 cv que a versão a gasolina) e um binário máximo de 92 Nm, o que lhe permite anunciar 170 km/h de velocidade máxima e 14,9 segundos nos 0-100 km/h, independentemente do combustível que esteja a consumir.

Mais económico, mais limpo

Opel-1-0-ECOTEC-295046 Tão ou mais importantes, os consumos e as emissões. Quando a funcionar a gasolina, o Karl FlexFuel anuncia um consumo de 3,9 l/100 km em circuito extra-urbano, 4,6 l/100 km em ciclo misto e 5,7 l/100 km em cidade, sendo as emissões de CO2 de 108 g/km. Já quando a operar a GPL, os valores em questão passam a ser de 4,9, 5,7 e 7,1 l/100 km, e de 93 g/km. Ou seja, emissões de CO2 reduzidas em cerca de 15%, apesar do consumo ligeiramente superior, graças à combustão mais eficiente do GPL por comparação com a gasolina.

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Trunfo do Karl FlexFuel é, também, a autonomia, superior a um milhar de quilómetros quando se combina a capacidade do depósito de gasolina (32 litros) com a do GPL (24,8 litros). Este último está instalado no local habitualmente ocupado pela roda sobressalente, não interferindo por isso com a capacidade da mala, que continua a ser de 215 litros, ampliável até um máximo de 958 litros.

Em termos práticos, e sempre que haja GPL no respectivo depósito, o Karl FlexFuel funciona, por omissão, a gás, passando automaticamente a consumir gasolina quando o GPL se esgota. Simultaneamente, o condutor pode alternar entre os dois combustíveis através do simples pressionar de um botão. Em qualquer dos casos, o processo de transição é imperceptível para quem segue a bordo. Isso mesmo foi possível de comprovar ao volante do citadino germânico, cujo motor prima ainda por um funcionamento referencial para a sua categoria em termos de ruído e de suavidade, e por uma resposta solícita q.b. tendo em conta a utilização a que primordialmente está destinado – no que é auxiliado pela suave, precisa e bem escalonada caixa manual de cinco velocidades.

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Preço de arromba

Não restam dúvidas de que o ambiente urbano acaba por ser o habitat natural do Karl FlexFuel. Em modo City, a direcção assistida electricamente facilita, e muito, as manobras a baixa velocidade, com o modelo a revelar-se bastante fácil e agradável de conduzir. Em condições reais de utilização, alcança consumos equivalentes, ou até mesmo inferiores, aos anunciados pela Opel. Mas nem por isso receia tiradas mais longas, em que faz valer trunfos como a generosa habitabilidade, a apreciável qualidade geral, o chassi evoluído – capaz de conjugar competência dinâmica com conforto de marcha – e um motor apto a garantir ritmos interessantes com consumos de GPL deveras contidos.

Opcionais mais baratos em pacote

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Na lista de equipamento opcional, o destaque vai para os sistemas IntelliLink (300€) e OnStar (490€), que podem ser adquiridos em conjunto por um valor bem mais interessante – 600€.

O primeiro permite transpor para o ecrã do sistema de infoentretenimento as principais funcionalidades (navegação, mensagens ditadas, listas de contactos) dos smartphones emparelhados, através dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto. Já o OnStar inclui um hotspot wi-fi 4G/LTE, que possibilita a ligação de até sete dispositivos móveis, e as suas principais funcionalidades assentam num centro de contacto permanente, em que o utilizador é atendido na sua própria língua. Entre as suas valências, referência para o alerta automático que recebe sempre que deflagre um airbag na viatura, seguindo-se um contacto imediato para avaliar a gravidade da situação e uma eventual prestação de socorro. Assistência em viagem, envio de coordenadas GPS directamente para o sistema navegação ou informação sobre pontos de interesse durante o percurso ou no destino são outras das competências do sistema OnStar.

Contudo, a verdade é que estes atributos são, na sua maioria, válidos também para o Karl convencional. Então, qual é a vantagem de optar pela versão FlexFuel? A resposta é simples: o custo de utilização. Como o preço do GPL é menos de metade do da gasolina (0,64€ contra 1,51€, considerando o preço de um litro de GPL versus gasolina simples de 95 octanas), mesmo que o consumo a gás seja ligeiramente superior, o Karl FlexFuel permite poupar cerca de 1000€ a quem percorra, anualmente, 25 mil quilómetros, face à versão a gasolina – comparações com as raras variantes a gasóleo de modelos rivais farão pouco sentido, tendo em conta um preço de aquisição que, no mínimo, rondará os 16.500€, tornando demasiado longo o prazo de amortização da diferença de preço para o Karl FlexFuel.

Feitas as contas, em pouco mais de um ano, o Karl FlexFuel, custando 13.290€, “paga” o acréscimo de 1300€ para a versão a gasolina, que mais não é do que o custo da transformação para GPL. Mas isso só para quem não aproveitar a campanha de lançamento que a Opel criou para o Karl FlexFuel, e que, pelo menos até final de Junho, permite que o seu preço seja equivalente ao da variante “normal”: 11.990€ (verba que inclui equipamentos como o ESP, o assistente aos arranques em subida, ou o rádio com Bluetooth para voz e áudio e entradas Aux e USB). Ou seja, quem adquirir o Karl FlexFuel começa a poupar logo desde o primeiro quilómetro e até pode aproveitar o desconto para adquirir alguns dos opcionais, pouco vulgares a este nível, disponíveis para o modelo.