O processo de instalação do metro ligeiro de superfície (MLM) em Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã começou há 24 anos e desde então foram feitos 97 estudos e projetos de execução e investidos 107 milhões de euros.

A história deste meio de transporte, cujas Bases de Concessão foram aprovadas em 2002, teve início, oficialmente, em 1992, com o estudo preliminar de “integração do light rail” no Ramal da Lousã, que ligava Coimbra a Ceira, Miranda do Corvo e Lousã, desde 1906, e também a Serpins, a partir de 1930.

Poder-se-ia, porém, recuar a fevereiro de 1974, quando foi determinada a constituição de “um Grupo de Trabalho para recolher os elementos indispensáveis à apreciação da problemática”, ou a 1983, data em que, na sequência de acidentes mortais, foi interrompido o serviço ferroviário normal entre Coimbra/Parque e Estação Nova.

Com a suspensão da circulação de comboios no centro da cidade, ficou a promessa de “desnivelamento da linha ferroviária na zona da Portagem”, plano que, seis anos depois, seria objeto de um protocolo entre a Câmara de Coimbra e a CP para “a modernização e eletrificação da Linha da Lousã” e a realização de “um serviço urbano entre Coimbra B e Ceira”.

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Reconhecendo que o projeto não foi uma “reivindicação” das populações locais, o diploma, de março de 1994, afirma que o MLM ou Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) visa resolver as “difíceis condições de atravessamento do centro de Coimbra, nomeadamente devido à confluência de tráfegos rodoviário e ferroviário”, face ao custo desse desnivelamento e à importância de possibilitar uma solução mais sustentável.

Há 20 anos (maio de 1996) foi constituída a Sociedade Metro Mondego (MM), empresa de capitais públicos, mas só com a entrada, em 2001, do Estado e nova estrutura acionista (Estado com 53%, câmaras de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, com 14% cada uma, e REFER e CP, com 2,5% cada) foram recrutados os primeiros trabalhadores.

Em 1997, foi elaborado o “Estudo de viabilidade técnico-económico”, seguindo-se o anteprojeto (2001) e estudos de procura e exploração, de viabilidade, geotécnicos e topográficos, de estacionamento e circulação e sondagens arqueológicas, entre outros.

Em fevereiro e maio de 2005 foi aberto e anulado, respetivamente, o concurso público internacional para o empreendimento.

Outras análises, nomeadamente sobre a “integração urbana do projeto” MM entre o Arnado e a zona dos Paços do Concelho, através da Baixa histórica da cidade, de autoria de Gonçalo Byrne, e na área envolvente dos hospitais ou de reformulação dos transportes da cidade de Coimbra foram igualmente desenvolvidas, sobretudo a partir de 2009.

A maior parte das 17 avaliações e relatórios de impacto ambiental foram feitas entre 2003 e 2015.

Em janeiro de 2010, foi interrompido o serviço ferroviário e removidos os carris para realização das infraestruturas base (ILD) no ramal, prosseguindo os trabalhos de realização dos interfaces de Lousã, Miranda do Corvo e Sobral de Ceira (2007 e 2008) e no centro da cidade (desde 2005), designadamente a “desconstrução e demolição de edifícios, na Baixa de Coimbra, para libertação do canal”.

Em junho de 2008 foi lançado o primeiro concurso para o material circulante.

As intervenções realizadas em ILD abrangem os 30,6 quilómetros entre Serpins e o Alto de São João (Coimbra), contemplando obras como reabilitação de túneis e pontes e construção da plataforma de via-férrea, de passagens superiores e inferiores (rodoviárias ou pedonais), de sistemas de drenagem e de cais de embarque ou de “caminhos de cabos para suporte de sistemas técnicos”.

Faltam aqueles e outros trabalhos na ligação até Coimbra B, com uma extensão de 6,9 quilómetros, e na designada Linha do Hospital (3,7 quilómetros).