Os requerentes de asilo na União Europeia devem permanecer em ilhas em vez de entrarem no continente europeu, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Sebastian Kurz, numa entrevista ao Die Presse publicada este domingo.
Sebastian Kurz sugeriu que o bloco europeu seguisse o “exemplo da Austrália”, para desencorajar os migrantes a enfrentarem a perigosa viagem para a Europa.
No âmbito da controversa política de imigração australiana, os requerentes de asilo que tentam chegar à Austrália por barco são reenviados para os seus países de origem ou encaminhados para dois centros de detenção em Nauru e Papua Nova Guiné, onde são obrigados a permanecer por tempo indeterminado enquanto os seus pedidos são processados.
Estes requerentes de asilo não têm o direito a reassentamento na Austrália, ainda que sejam considerados refugiados.
“O modelo australiano não pode, naturalmente, ser completamente replicado, mas estes princípios podem ser aplicados na Europa”, disse o ministro, afirmando-se cético em relação ao impacto do recente acordo com a Turquia, realizado com vista a reduzir o número de migrantes que viaja para o continente europeu.
Desde que o governo australiano adotou esta política de imigração, os barcos com migrantes deixaram de chegar às costas australianas.
O país é constantemente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos.
A Áustria, governada por uma coligação formada por sociais-democratas e conservadores, acolheu em 2015 cerca de 90.000 requerentes de asilo, chegados à Europa através das costas gregas durante a grande vaga migratória.
Depois, o governo endureceu a política e as condições de asilo, tomando a iniciativa de pôr fim à circulação de migrantes através dos Balcãs com direção ao norte da Europa.