O grupo chinês de retalho, Suning Commerce Group, vai comprar cerca de 70% do clube de futebol italiano Inter de Milão. O negócio está avaliado em 270 milhões de euros e está a ser apontado como um marco na medida em que, pela primeira vez, um investidor chinês vai ter o controlo financeiro de uma das grandes equipas europeias de futebol.

A Suning vai adquirir ações já existentes e novas ações, de acordo com a informação divulgada pelo Inter de Milão, um clube que foi treinado por José Mourinho entre 2008 e 2010. Depois desta aquisição pela Suning, o grupo liderado pelo empresário indonésio Erick Thohir manterá uma participação de 30%.

“Lado a lado com o Inter de Milão” passa a ser o foco da estratégia de desenvolvimento no setor desportivo do grupo, afirmou o presidente não executivo da Suning, Zhang Jindong que descreve a operação como um acontecimento marcante para o futebol chinês. Jindong, que fundou a Suning na década de 90, é um dos homens mais ricos da Ásia e membro do principal órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista da China (PCC).

A compra do clube italiano é anunciada numa altura em que outro investidor chinês está a promover uma oferta sobre o principal rival de Milão, o A.C. Milan com o objetivo de comprar também 70% desta equipa, uma participação que é controlada pelo ex-primeiro-ministro italiano Sílvio Berlusconi.

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A China tem apostado em força no futebol em particular, e no desporto em geral, e tem como meta que esta atividade venha a representar 1% do Produto Interno Bruto até 2025. Esta aposta é patrocinada pelo presidente chinês, Xi Jinping, um grande entusiasta de futebol, que quer transformar o país numa potência no mundo da bola. A China tem a ambição de vir a acolher um campeonato mundial e qualificar a sua equipa para uma fase final.

Os chineses têm aberto os cordões à bolsa para adquirir talentos e alguns dos empresários mais ricos do país –como o presidente da Fosun, a dona da Fidelidade, que fez uma parceria com o empresário Jorge Mendes na área da formação — estão a investir em clubes e programas de treinos dentro e fora de portas.

Entre os maiores negócios realizados recentemente, está a compra de uma participação no clube inglês Manchester City por 400 milhões de dólares e o acordo entre a FIFA e o bilionário chinês Wang Jianlin do Dalian Wanda Group, que foi primeiro grande patrocínio conseguido depois do escândalo de corrupção na organização que lidera o futebol mundial.