Os portos portugueses movimentaram entre janeiro e abril 29,4 milhões de toneladas, mais 2,3% face ao valor registado um ano antes, com Sines a crescer e a representar já 53% da atividade portuária do continente.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) diz que o primeiro quadrimestre registou a “melhor marca de sempre” no conjunto dos portos do continente.

“Este resultado do mercado portuário reflete essencialmente o comportamento do Porto de Sines nos tráfegos de carga contentorizada, carvão e petróleo bruto que, apresentando um peso de 40,8% do total de carga movimentada no conjunto dos portos, registaram um acréscimo global de 23,5% face ao período homólogo de 2015”, refere.

O Porto de Sines cresceu 12,4% face aos primeiros quatro meses de 2015.

Para o crescimento global contribuiu também o desempenho dos portos de Viana do Castelo e de Setúbal que, representando 0,5% e 8,6 do total, registaram variações positivas de 5,7% e 2,5%, respetivamente.

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A contrariar a tendência de crescimento surgem os portos de Leixões, Lisboa, Aveiro, Figueira da Foz e Faro, que assinalaram quebras de 4,2%, 15,4%, 12,7%, 9,9% e 16,7%, respetivamente.

“Uma conjugação de variações que reflete uma quebra de 9,2% no volume total de carga movimentada naqueles portos”, indica a AMT.

O Porto de Sines reforça assim a liderança dos portos em Portugal continental, com 53%, seguido do porto de Leixões (19,8%), Lisboa (10,9%) e Setúbal (8,6%).

No que respeita ao mercado de contentores, no primeiro quadrimestre de 2016 verificou-se um volume de 830,7 mil TEU (um TEU representa a capacidade de carga de um contentor marítimo normal), correspondente a um acréscimo de 1,9%, face ao período homólogo de 2015, sendo que em número registou igualmente um aumento de 0,1%.

O comportamento deste mercado foi, segundo a AMT, determinado pelo crescimento de tráfego verificado nos portos de Setúbal, Leixões, Sines e Figueira da Foz, cuja variação percentual, relativa ao volume de TEU, face ao 1.º quadrimestre de 2015, aumentou 38,3%, 7,4%, 6,7% e 4,3%, respetivamente, contrariado pela quebra de 25,3% registada no Porto de Lisboa.

Em termos de tráfego global de contentores, o Porto de Sines mantém a posição de líder também neste segmento de mercado, com 52,4% do total de TEU, seguindo-se Leixões, com 26,1%, Lisboa, com 14,6%, descendo 1,6 pontos percentuais, e Setúbal, com 6,1%, mais 0,2 pontos percentuais, acrescenta a autoridade.

Ao nível dos portos comerciais, houve um total de 3.480 escalas de navios de diversas tipologias (-0,3% do que no período homólogo), a que correspondeu um volume global de arqueação bruta (GT) de 60,5 milhões, mais 5,9% face ao 1.º quadrimestre de 2015.

“Este volume de GT constitui a melhor marca de sempre, comparativamente aos períodos homólogos, e é determinada pelo comportamento de Sines, Viana do Castelo e Setúbal”, acrescenta a AMT.

A carga embarcada, com origem no ‘hinterland’ dos portos comerciais, na qual as exportações assumem um peso importante, registou no 1.º quadrimestre de 2016 um volume de cerca de 12,2 milhões de toneladas, representando uma diminuição de cerca de 1,4% face ao período homólogo de 2015.

A maioria dos portos registou quebras no volume de carga embarcada, como é o caso de Aveiro (-39%), Lisboa (-20,3%), Setúbal (-9,9%) e Leixões (-8,3%), com apenas Sines e Viana do Castelo a registarem variações positivas, de 16,7% e 12,7%, respetivamente.

Quanto ao volume de carga desembarcada com destino ao ‘hinterland’ dos portos, na qual as importações representam em regra mais de 90%, registou um aumento de cerca 5,1%, face ao valor registado no mesmo período de 2015, destacando-se a carga contentorizada, que regista um acréscimo global de 15%.

Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro foram os portos que registaram um número de embarques (carga embarcada) superior aos dos desembarques (carga desembarcada), com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 72,2%, 65,4%, 56,4% e 100%.