Mais de 10.000 migrantes morreram no Mediterrâneo ao tentarem alcançar a Europa desde o início de 2014, informou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

“Tivemos desde o início de 2014 — quando aconteceu este fenómeno do aumento dos números no Mediterrâneo — 10.000 mortos. Este limiar foi ultrapassado nos últimos dias”, disse o porta-voz do ACNUR Adrian Edwards aos jornalistas em Genebra.

Segundo o ACNUR, 3.500 pessoas morreram quando tentavam atravessar o Mediterrâneo em 2014, 3.771 morreram nas mesmas circunstâncias o ano passado e 2.814 já este ano.

Por seu turno, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que não depende da ONU, calcula que desde o início de 2016 se tenham registado 2.809 mortes no Mediterrâneo, contra 1.838 mortos durante o primeiro semestre de 2015.

“O número de mortos no Mediterrâneo em 2016 já ultrapassou em quase 1.000 pessoas o balanço do 1.º semestre de 2015 e ainda restam três semanas para o fim do 1.º semestre de 2016”, indicou hoje a OIM num comunicado.

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Desde o início do ano e até 05 de junho, segundo a mesma organização, chegaram à Europa por mar – à Grécia, a Chipre e a Espanha – 206.400 migrantes.

No domingo, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho informou que a sucessão de naufrágios de embarcações com migrantes no Mediterrâneo nos últimos 10 dias tinha causado 890 mortos.

No total, 1.086 pessoas terão desaparecido ou ter-se-ão afogado nas águas do Mediterrâneo só no mês de maio, o que, contudo, não dissuade as pessoas de todos os dias tentarem fazer a travessia.