A Coreia do Norte anunciou esta terça-feira que vai fabricar “mais armas nucleares e com maior variedade” e promover a sua política externa, devido ao estatuto internacional alcançado com este programa de armamento, indicaram os meios de comunicação estatais.

A posição das autoridades norte-coreanas é conhecida um dia depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) manifestar a suspeita de um reforço do programa nuclear de Pyongyang para possíveis fins militares.

“Estas armas (nucleares) não foram concebidas como uma ameaça para a paz. Não serão utilizadas a menos que se verifique uma agressão com ataque nuclear”, de acordo com a edição desta terça do jornal Rodong, diário oficial do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.

Ao mesmo tempo, Pyongyang quer promover uma “política diplomática ativa” e “proporcional ao estatuto global” alcançado com o seu programa de armamento nuclear, indicou o mesmo jornal.

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No início de maio, o líder Kim Jong-un voltou a sublinhar a necessidade de desenvolver simultaneamente a economia e o armamento nuclear, durante o VII congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado em Pyongyang.

Na segunda-feira, em conferência de imprensa, o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, disse que a agência tem indícios “da expansão das instalações de enriquecimento (de urânio) e de atividades relacionadas com o reprocessamento” nuclear.

Um porta-voz da AIEA afirmou que “é possível que esteja a ser reprocessado combustível usado” na central de Yongbyon, situada a 90 quilómetros a norte de Pyongyang, a partir da análise de imagens de satélite relativas às atividades nucleares da Coreia do Norte.

O regime norte-coreano efetou quatro ensaios nucleares desde 2006. O mais recente ocorreu em janeiro, quando as autoridades garantiram ter feito explodir uma bomba de hidrogénio, afirmação posta em causa por muitos especialistas e analistas.