A líder do CDS-PP disse que é positivo Portugal ter “alguém com a experiência de Paulo Portas a ajudar” na internacionalização da economia, ao comentar a entrada como consultor na Mota-Engil do ex-presidente do partido.

“É positivo que nós possamos ter no país alguém com a experiência de Paulo Portas a ajudar o nosso tecido empresarial e a ajudar a internacionalização da nossa economia”, afirmou Assunção Cristas, nas Velas, ilha de São Jorge, Açores.

Segundo a presidente do partido, o seu antecessor no cargo e ex-vice-primeiro-ministro “vai fazer muitas coisas diferentes, bastante complementares e sempre com uma forte vocação internacional, desde fazer conferências, a dar aulas, a ter as funções de vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria e também agora esta função de consultoria”.

Questionada se do ponto de vista ético e moral esta não terá sido uma mudança precoce, Assunção Cristas referiu que “quando Paulo Portas diz que vai sair da política para encetar um novo capítulo, que é um capítulo profissional, naturalmente há uma mudança grande na sua vida”.

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“Isto é o reflexo da mudança da sua vida. Eu creio que não é nem uma nem duas coisas aquilo que Paulo Portas vai fazer, são muitas coisas diferentes e, nessa medida, o que nós podemos desejar é que corra muito bem e que seja positivo também para a economia portuguesa que bem precisa de ajuda”, acrescentou Assunção Cristas.

Paulo Portas, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-vice-primeiro-ministro, vai apoiar a Mota-Engil na internacionalização e criar e um conselho estratégico para a América Latina, disse na segunda-feira o presidente do Conselho de Administração do grupo construtor, António Mota.

“O dr. Paulo Portas entrará como consultor e o objetivo é apoiar-nos na internacionalização, com grande incidência na América Latina, mas também para outros mercados onde a Mota-Engil ainda não está presente”, afirmou António Mota, quando questionado pela Lusa sobre quais as funções que o ex-vice-primeiro-ministro do Governo liderado por Pedro Passos Coelho iria exercer.

O responsável e acionista do grupo adiantou que Paulo Portas vai criar um conselho estratégico dentro da Mota-Engil para a América Latina, que será composto por elementos do grupo e por pessoas dos países onde a empresa já está presente, como é o caso do México, Colômbia, Peru e Brasil.

A Mota-Engil marca atualmente presença em 22 países, repartidos por três áreas geográficas: Europa, África e América Latina, segundo a informação disponível na página do grupo na internet.

O lucro da Mota-Engil disparou para 64 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um crescimento face aos 3,4 milhões de euros do período homólogo de 2015.